O Presidente do Governo Regional garante que a utilização militar está fora de hipótese, mas defende que o investimento chinês seria uma oportunidade para explorar novas áreas de "interesse comum".
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Vasco Cordeiro admite que a ligação que existe entre os Açores e os Estados Unidos é "histórica, de proximidade e de afetividade", mas o Presidente do Governo Regional dos Açores não fecha a porta à possibilidade de, no futuro, a Base das Lajes, tal como adiantou António Costa, poder vir a ser alvo de um investimento por parte da China.
"Não se coloca com esse dramatismo que alguns lhe querem imprimir, mas sim como uma oportunidade de, não só reforçar esses laços, mas de explorar novas áreas de interesse comum, desde o conhecimento até à componente comercial", afirmou aos jornalistas, depois de um comício na Povoação, em São Miguel.
Vasco Cordeiro defende que, à exceção do "plano militar" - com quem, sublinha, havia entre os Açores e os Estados Unidos um cenário de "comunhão" -, Portugal e a China podem ter muito a ganhar com uma cooperação através da base da Ilha Terceira.
"A questão militar não está em causa, mas há um conjunto de outras áreas em que, havendo esse interesse, se pode reforçar esta parceria", acrescentou.
O Presidente do Governo Regional dos Açores salienta ainda que as declarações de António Costa "espelham bem a perspetiva com que o Governo português encara a possibilidade" de poder vir a haver investimento chinês.
Questionado pela Bloomberg sobre a utilização da Base Aérea das Lajes pela China, o primeiro-ministro admitiu: "Claro que é uma boa oportunidade para criar uma plataforma de pesquisa científica e estamos abertos a cooperação com todos os parceiros, incluindo a China".