Coligação de esquerda em Loures lamenta recusa da CDU: "Continuamos a achar que unir forças era essencial"
"Não só temos umas eleições autárquicas marcadas pelo crescimento da extrema-direita, como temos inclusive o PS local numa deriva autoritária e numa deriva populista que é muito preocupante", avisa Luís Sousa em declarações à TSF
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O candidato da coligação que junta Bloco de Esquerda, Livre e PAN na corrida autárquica em Loures, Luís Sousa, lamenta que a CDU tenha recusado fazer parte da aliança, ainda que perceba as razões. Contudo, acredita que a união era importante para o município.
"É com alguma tristeza que vejo a recusa, porque para nós esta recusa não é a situação ideal. Nós fizemos o convite realmente esperançados que a CDU percebesse a importância deste momento político no país, mas especificamente no concelho de Loures, e que mudasse aquela que tem sido a sua postura para coligações progressistas que envolvam outros partidos. Mas infelizmente não foi isso que a CDU decidiu fazer. Compreendo os motivos apresentados pela CDU. O motivo apresentado foi sobretudo que já tinham apresentado candidatos e que outros candidatos já tinham sido publicitados", disse Luís Sousa à TSF.
Na carta enviada à CDU, a coligação exaltava o passado comunista da autarquia, mas os argumentos não convenceram a CDU, que apresenta Gonçalo Caroço como candidato à presidência da Câmara de Loures: "Compreendemos os motivos apresentados para a resposta, mas continuamos a achar que o nosso projeto de unir todas as forças progressistas era essencial neste momento político em que não só temos umas eleições autárquicas marcadas pelo crescimento da extrema-direita, como temos inclusive o PS local numa deriva autoritária e numa deriva populista que é muito preocupante."
Luís Sousa assume, ainda assim, que "muitas das lutas continuam a ser comuns" com as da CDU e nega que a corrida eleitoral fique com mais pedras no caminho.
"Para nós não fica mais difícil. Nós temos um projeto cujo objetivo é chamar as pessoas, integrar as pessoas, integrar pessoas diferentes, integrar muitos militantes do PS que estão insatisfeitos com esta postura autoritária do autarca de Loures e, portanto, nós temos uma coligação integradora e estamos muito felizes por ter cada vez mais pessoas junto de nós para um projeto de Construir o Futuro que nós sabemos que não vai terminar nas próximas eleições. É um projeto que vai durar muitos anos e nós temos sempre esta perspetiva de longo prazo", concluiu.
