Com 90,3% dos votos, Alexandra Leitão eleita líder parlamentar. PS abstém-se nas moções de rejeição
Alexandra Leitão é uma das deputadas mais próximas de Pedro Nuno Santos, responsável pelo programa eleitoral do partido.
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Sai Eurico Brilhante Dias, entra Alexandra Leitão. A deputada é a nova líder parlamentar do PS, eleita com 90,3% dos votos, uma eleição que decorreu esta quarta-feira e que serviu para eleger a primeira direção da bancada indicada por Pedro Nuno Santos.
Votaram 72 deputados, de um total de 78 parlamentares socialistas. Desses, 65 votaram a favor da lista encabeçada por Alexandra Leitão, enquanto os outros sete votaram em branco.
Na lista de vice-presidentes da direção constam a ex-ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva, o ex-secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro António Mendonça Mendes, a ex-ministra da Habitação Marina Gonçalves e a ex-secretária de Estado do Desenvolvimento Regional Isabel Ferreira.
Também o antigo secretário-geral adjunto João Torres é um dos vice-presidente do grupo parlamentar, assim como Pedro Delgado Alves, Francisco César, João Paulo Rebelo e Maria Begonha, próximos de Pedro Nuno Santos. Apenas Francisco César, João Torres e Pedro Delgado Alves transitam da anterior direção, liderada por Eurico Brilhante Dias.
Alexandra Leitão é um dos braços direitos de Pedro Nuno Santos, responsável pelo programa eleitoral do partido. Em 2022, António Costa já tinha tentado que Alexandra Leitão liderasse a bancada, mas a deputada rejeitou depois de não ter sido reconduzida para o Governo de maioria absoluta. Na última legislatura, enquanto deputada, foi presidente da comissão parlamentar de Transparência e Estatuto dos Deputados.
PS abstém-se nas moções de rejeição, mas deixa aviso a Montenegro
Depois de conhecidos os resultados, a nova líder parlamentar criticou o programa do Governo de Luís Montenegro, mas garantiu que o PS mantém a palavra: vai viabilizar a entrada em funções do novo Governo. O voto nas duas moções de rejeição será abstenção.
"O que resulta na inclusão de medidas de outros partidos foi algo que foi feito unilateralmente e muito longe de qualquer tipo de diálogo. Portanto, no fundo, foram escolhidas pelo próprio Governo as medidas que quiseram incluir sem grande critério", disse aos jornalistas na Assembleia da República.
E deixou ainda um aviso a Luís Montenegro: "Viabilizar a entrada em funções do Governo não significa que depois se tenha de viabilizar tudo, como numa certa altura já tem vindo a ser dito. Não, é viabilizar o momento inicial para que se possa começar a trabalhar, mas é apenas isso e por isso também o fazemos apenas com a abstenção das moções de rejeição."