"Com o mundo mais complexo e imprevisível, não votar faz ainda menos sentido do que noutras eleições. Seria meter a cabeça na areia"
Marcelo Rebelo de Sousa afirma que votar, nesta altura, é "contribuir para a estabilidade no meio de um mundo instável" e garantir que não se fica "indiferente" perante a "gravidade do instante vivido"
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu este sábado que a complexidade do mundo atual exige, mais do que nunca, que a população participe nas eleições legislativas, marcadas para este domingo (18 de maio).
Com o mundo de hoje, mais complexo e imprevisível, não participar, não decidir e não votar faz ainda menos sentido do que noutras eleições. Seria meter a cabeça na areia
Marcelo Rebelo de Sousa deixou "três reflexões" nesta mensagem aos eleitores, que teve cerca de dois minutos e meio de duração, a primeira sobre a conjuntura internacional, a segunda sobre as consequências da abstenção no atual contexto e a terceira focada na estabilidade.
Num discurso feito ao país, o chefe de Estado sublinha que o mundo é "radicalmente diferente" daquele vivido em 2024, sobretudo após a eleição de Donald Trump nos EUA, que em quatro meses, provocou "mudanças enormes" nas relações com a Europa, Rússia e China, aumentando a "imprevisibilidade" da economia internacional e forçando uma maior responsabilidade ao povo europeu, nomeadamente os portugueses.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que votar, nesta altura, é "contribuir para a estabilidade no meio de um mundo instável" e garantir que não se fica "indiferente" perante a "gravidade do instante vivido".
"Poupando soluções longas de Governo de gestão, quando até maio de 2026 não poderá haver constitucionalmente novas eleições e permitindo a previsibilidade sem a qual não cresce a confiança", destacou.
Após 50 anos da "eleições mais participada de sempre", é tempo de dar vida à "liberdade, igualdade, solidariedade, segurança, democracia e paz" através do exercício do voto. As eleições de 1975 para a Assembleia Constituinte foram o ato eleitoral com maior participação eleitoral até agora, superior a 91% dos inscritos.
O Presidente da República lembra igualmente que o dia a dia ensina que, quem se faz "ausente", acaba, mais cedo ou mais tarde, "por perder a razão", limitando-se "a chorar sobre o leite derramado".
Nos termos da Constituição, "a Assembleia da República não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição" nem "no último semestre do mandato do Presidente da República", que termina em 9 de março de 2026.
Em caso de dissolução pelo próximo chefe de Estado, a legislação eleitoral estabelece que a data das eleições tem de ser marcada "com a antecedência mínima de 55 dias".
Concorrem a estas eleições antecipadas 21 forças políticas: AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM, PLS e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.