Com polícia à porta, Pedro Nuno não negoceia "sob coação" e Montenegro quer "reparar injustiça"
Ambos os líderes políticos realçaram a importância de se chegar a acordo com as forças de segurança.
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Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro concordaram na disponibilidade de negociar com as forças de segurança, que cercaram o Capitólio durante todo o debate em protesto, mas o líder socialista deixou um recado.
"Não se negoceia sob coação, temos disponibilidade total para chegar a um acordo, mas sempre no respeito pela legalidade", disse o secretário-geral do PS no arranque do debate com o presidente do PSD.
Para Pedro Nuno Santos, é "importante chegar a um acordo", porque "as forças de segurança são fundamentais", mas deixou "uma palavra de lamento": "Direito à manifestação, mas também o direito ao debate político."
Já Luís Montenegro preferiu deixar às forças de segurança a garantia de que criará condições para negociar e reparar aquilo que considera ser uma injustiça, referindo-se às diferenças na atribuição de suplementos.
"A mensagem é muito direta; nós concordamos com a reivindicação que os policias portugueses tem relativamente a uma injustiça que foi criada por este Governo", afirmou Luís Montenegro, reiterando que, "ato imediato" de um Governo que lidere, será iniciado um processo negocial "com vista a reparar esta injustiça".
Centenas de polícias estão concentrados hoje à noite no Capitólio, em Lisboa, onde decorre o frente a frente televisivo entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, num protesto espontâneo que não estava autorizado.
Vestidos de camisolas pretas e empunhando bandeiras de Portugal, os elementos da PSP e da GNR assobiam, batem palmas e gritam "polícias unidos jamais serão vencidos", "vergonha", "respeito" e "Portugal", além de cantarem o hino nacional.
A comandante responsável pelo policiamento junto ao Capitólio disse à Lusa que a manifestação não estava autorizada e que os promotores vão ser identificados.