Como foi a manhã na Assembleia da República: primeira sessão plenária da XVII legislatura durou seis minutos
Os trabalhos reiniciam-se pelas 15h00 desta terça-feira para a eleição da Mesa da Assembleia da República
Corpo do artigo
A primeira sessão plenária da XVII legislatura durou esta terça-feira cerca de seis minutos e foi conduzida pelo presidente do Parlamento cessante e recandidato ao cargo, José Pedro Aguiar-Branco, começando com algum atraso e muitas mudanças nos lugares.
A sessão começou pelas 10h11 – estava prevista para as 10h00 – e com o líder parlamentar do PSD, o partido mais votado, a tomar a palavra. Foi Hugo Soares convidou José Pedro Aguiar-Branco a subir para a mesa.
“Muito obrigado, pela confiança também para este momento importante do início da nossa sessão”, agradeceu José Pedro Aguiar branco, antes da aprovação da comissão de verificação de poderes dos deputados, num Parlamento com o PS mais chegado à esquerda e empurrado pela maioria de deputados à direita.
A deputada Germana Rocha leu, depois, o projeto de resolução, com a composição desta comissão: sete membros do PSD (Emídio Guerreiro, Hugo Carneiro, Hugo Oliveira, Marco Claudino, Sandra Pereira, Joaquim Barbosa e Nuno Gonçalves), cinco do Chega (Bruno Nunes, Bernardo Pessanha, Patrícia Almeida, João Aleixo, Sónia Monteiro) e cinco do PS (Filipe Neto Brandão, Pedro Delgado Alves, Marina Gonçalves, Isabel Moreira e Pedro Vaz).
Os outros grupos parlamentares indicaram um deputado cada: Joana Cordeiro, pela IL, Paulo Muacho, pelo Livre, Paula Santos, pelo PCP, e João Almeida, pelo CDS-PP.
Os trabalhos reiniciam-se pelas 15h00 para a eleição da Mesa da Assembleia da República.
Durante a manhã desta terça-feira, a Iniciativa Liberal confirmou que Mariana Leitão continua a ser líder parlamentar. No caso do PSD, Hugo Soares é recandidato ao cargo. No PS, o lugar é ocupado interinamente por Pedro Delgado Alves.
Do lado do Chega, André Ventura fez saber que “haverá mudanças no grupo da liderança parlamentar”. A reunião com todos os deputados do partido está marcada para quarta-feira, sem certeza de que Pedro Pinto continuará à frente da bancada.
Entre os mais pequenos, o Bloco de Esquerda (BE) já não tem grupo parlamentar. Ouvida pela TSF, Mariana Mortágua, deputada única, reconhece que “há novos desafios” com a menor capacidade de influência.
“Ainda assim, essa iniciativa é hoje mais importante. Num cenário em que a esquerda está bastante reduzida no Parlamento, com a maioria de direita muito expressiva, com um aumento do Chega que preocupa, com um Governo da AD que não parece vir a obter do PS uma oposição muito determinada, acho que o papel da esquerda se torna mais importante”, sublinhou.
O novo Parlamento tem 44 deputados estreantes, um deles é Filipe Sousa do Juntos Pelo Povo (JPP). À TSF, garantiu que está pronto para construir e não destruir, numa legislatura que espera que seja de quatro anos. Na Assembleia da República, quer aproveitar a “semente” que os madeirenses lhe deixaram, disse.
Já Inês Sousa Real, do PAN, promete diálogo, nomeadamente com o PSD e PS. Em declarações à TSF, a deputada única do PAN desvaloriza a mudança de lugar no hemiciclo. Na legislatura passada, sentava-se ao centro, agora à esquerda.