O Presidente da República inicia esta sexta-feira uma viagem de seis dias, que passa por Pequim, Xangai e Macau. Além dos encontros oficiais e empresariais, Marcelo ainda vai ter tempo para conhecer alguns dos principais pontos turísticos.
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É bastante provável que a maioria dos chineses nunca tenha ouvido falar de Marcelo Rebelo de Sousa, também conhecido pelo Presidente das selfies. Mas, tendo em conta a paixão dos asiáticos pelas fotografias, talvez se possa concluir que está aqui um bom ponto de partida para que esta viagem possa correr bem.
Marcelo, que não é pessoa de perder tempo, aterrou em Pequim esta sexta-feira às 10h30 da manhã (hora local), 3h30 da madrugada em Portugal, ignorou o jetlag, e começou de imediato o programa que está na agenda desta visita de Estado à China.
O primeiro ponto é um dos bilhetes postais mais conhecidos: a Grande Muralha da China, que já serviu tanto de proteção contra potenciais invasores, como de uma espécie de barreira alfandegária que permitia controlar a entrada de produtos neste país.
Dificilmente Marcelo conseguirá percorrer os mais de 21 mil quilómetros de extensão da muralha, mas, seguramente, um dos principais propósitos do Presidente da República com esta viagem, passa por "derrubar muralhas" que ainda existam entre Portugal e a China. As económicas, obviamente, mas também as políticas.
Antes da visita oficial propriamente dita, Marcelo participa na grande conferência Faixa e Rota, um ambicioso programa de investimentos lançado pelo regime chinês, que pretende torná-lo na nova rota da seda. Um sinal de abertura da China ao mundo que Marcelo e o Governo português não querem desperdiçar.
O dia de sábado será inteiramente dedicado a esta conferência que decorre em Pequim. No domingo, o Presidente aproveita para conhecer a cidade proibida e para encontros com vários agentes de difusão da língua e cultura portuguesa, bem como com alguns dos maiores exportadores portugueses para China.
A parte mais oficial da visita está marcada para segunda, dia 29. O dia começa com a deposição de uma coroa de flores no monumento aos Heróis do Povo na Praça Tiananmen, para logo a seguir registar o encontro com o primeiro-ministro chinês Li Keqiang.
Antes de se reunir com o Presidente da República Popular da China, Marcelo ainda passa por um templo budista, conta dar um passeio a pé pelo bairro San Li Tun, e só depois parte para o Palácio do Povo, onde o aguardam honras militares.
Os dois presidentes hão-de reunir-se a sós e Xi Jinping oferece depois o tradicional banquete oficial a Marcelo Rebelo de Sousa.
O quinto dia de viagem está marcado para Xangai. Vinte e quatro horas nesta cidade chinesa para participar num seminário económico e marcar presença num encontro com a comunidade portuguesa.
O périplo asiático de Marcelo Rebelo de Sousa termina em Macau - que este ano assinala 20 anos da transição para o regime chinês. Na antiga província portuguesa, o Presidente da República tem encontro marcado com o chefe do executivo desta região administrativa, uma recepção com a vasta comunidade portuguesa que reside em Macau, uma visita à escola portuguesa e, claro, um passeio pelos principais pontos de interesse.
São seis dias de visita que, ao estilo de Marcelo, devem deixar marca. Se será suficiente para os chineses decorarem o nome do Presidente português, ninguém sabe. Mas, pelo sim e pelo não, fica aqui a tradução: Marcelo em mandarim diz-se Ma sài luò.