Jerónimo de Sousa anunciou oficialmente o voto favorável ao OE 2017 que " confirma e consolida avanços" embora a questão da renegociação da dívida permaneça fora da agenda.
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"Não é o Orçamento do PCP" mas regista "passos positivos", razões que levam o secretário-geral comunista a assumir que o partido vai votar sim, na terça-feira, na votação final global do OE 2017.
"O balanço que fazemos da discussão efetuada permite, desde já, anunciar que o PCP, em votação final global, votará a favor do OE 2017".
Jerónimo de Sousa sublinha a "iniciativa ou a contribuição do PCP não apenas na reposição, mas também na conquista de novos direitos sociais".
Apesar do segundo voto do PCP a favor de um Orçamento do PS, o líder comunista sublinha a "necessidade de uma ruptura com a política de direita" que contrarie "o caminho imposto pela submissão (...) à União Europeia e ao Euro", considerando que "se não se considerar esta questão como um imperativo nacional, essa contradição poderá revelar-se insanável".
Questionado sobre se a exigência de uma renegociação da dívida pode implicar o fim do acordo com o PS, Jerónimo de Sousa sublinhou que "independentemente de sermos portadores de uma política alternativa, pormo-nos de fora desse compromisso não seria entendido".
"Estamos de acordo para manter a convergência para repor direitos, o que condicionar o futuro do país terá o nosso voto negativo", concluiu.
Transparência para Gestores: "um ato inútil"
Jerónimo de Sousa considerou "inútil" a alteração apresentada pelo PSD e aprovada com os votos do BE e do CDS que clarifica a obrigação dos gestores públicos, incluindo os da CGD, de apresentarem declarações de rendimentos junto do Tribunal Constitucional.
""O PSD agitou, o BE aprovou, lá terá as suas razões, mas, de qualquer forma, é um ato inútil até porque vai no sentido de entrar em vigor a partir de janeiro e todos sabemos que antes disso o Tribunal Constitucional vai decidir em conformidade. Tratou-se de mais um exercício, mais um folhetim neste posicionamento da direita. Não tem eficácia", defendeu o líder comunista.
Episódio de Mourinho Félix não fragiliza Governo
Questionado sobre a polémica troca de palavras entre o PSD e o secretário de Estado Adjunto, das Finanças e Tesouro que culminou com um pedido de desculpas por parte do governante que tinha insinuado que o deputado social-democrata Leitão Amaro sofria de "disfuncionalidade cognitiva temporária", o líder do PCP desvalorizou e rejeitou fazer uma "avaliação à peça" do Governo.
"Do ponto de vista parlamentar, com base na experiência que eu tenho, tratou-se de mais um ato de tensão, apartes, crispação, que muitas vezes acontece na Assembleia da República. Não transformo esse episódio num elemento de fragilização do Governo, da sua equipa, do Ministério das Finanças", disse Jerónimo.