Confederação do Comércio vê resultados eleitorais como "pouco desejáveis" para as empresas
Tudo indica que, para haver alterações fiscais ou no Orçamento do Estado, sem uma maioria parlamentar expressiva, "terão necessariamente de existir acordos pontuais ou compromissos maioritários".
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A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) realçou este segunda-feira a importância de estabilidade para a atividade empresarial, afirmando que os resultados eleitorais apontam para uma situação que não será "obviamente a mais desejável" para as empresas.
"Para as empresas, que preferem a estabilidade e a previsibilidade para a prossecução da sua atividade, esta não será obviamente a situação mais desejável", afirmou o presidente da CCP, João Vieira Lopes, numa reação aos resultados das eleições legislativas de domingo, em nota enviada à Lusa.
Segundo a CCP, tudo indica que, para haver alterações fiscais ou no Orçamento do Estado, sem uma maioria parlamentar expressiva, "terão necessariamente de existir acordos pontuais ou compromissos maioritários que, em função do novo quadro parlamentar, serão muito provavelmente de geometria variável em função das propostas em aprovação".
A CCP diz ter expetativa de que "os objetivos de incentivar o crescimento económico manifestado pelos dois principais partidos se mantenham vivos ao longo da próxima legislatura e que sejam encontradas soluções que permitam desenvolver a economia e em particular recuperar vários atrasos na concretização" dos fundos europeus, nomeadamente do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 20/30.
João Vieira Lopes defende ainda que as matérias em aberto em acordos existentes devem ser concretizados na Comissão Permanente de Concertação Social.
Nas eleições legislativas de domingo, a Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).
A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.
Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.
A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados, contra os com 28,66% e 77 deputados alcançados pelo PS, quando ainda falta atribuir os quatro mandatos do círculo da emigração.
O Chega quadruplicou o número de deputados para 48, com 18,06% dos votos. A IL conquistou oito deputados (5,08%), o BE manteve os cinco deputados (4,46%), a CDU diminuiu o número de deputados face a 2022 para quatro (3,3%).
O Livre vai formar pela primeira vez grupo parlamentar, tendo conseguido alcançar quatro deputados (3,26%), enquanto o PAN mantém-se com um deputado (1,93%).
