Carlos César junta-se ao coro de críticas à greve dos enfermeiros às cirurgias no programa "Almoços Grátis" da TSF.
Corpo do artigo
A greve dos enfermeiros é "estranha", considera Carlos César. "É uma greve contra os doentes e à qual devemos prestar a maior atenção porque merece a maior censura."
Esta é uma greve "mal direcionada - muito dirigida aos doentes - e uma greve estranha porque é também subsidiada anonimamente", e por isso pioneira, nota líder parlamentar socialista no programa da TSF "Almoços Grátis".
https://d2al3n45gr0h51.cloudfront.net/2018/12/carlos_cesar_contradoentes_20181212192149/hls/video.m3u8
Para Carlos César, "quem já teve determinadas regalias e as perdeu quer recuperá-las por inteiro. É algo que se percebe e compreende", mas não pode ser justificação para "lutas mais radicais e desadequadas".
Apesar de "reconhecer que este setor profissional, como muitos outros, carecem de uma reposição e dignidade que ainda não reconquistaram", a greve dos enfermeiros pode resultar na morte de pessoas, alerta. "É grave que isso possa ser dito e é grave que fiquemos por aí".
Além disso, não é por haver uma greve que o Governo fica obrigado a fazer as alterações exigidas, nota ainda, lamentando a "incompreensão" de alguns setores.
"O país esta melhor mas não podemos dar passos maiores do que a perna para não voltar para trás." Portugal registou progressos, mas ainda tem "condicionantes muito fortes" a servir de travão.
Na gestão dos recursos públicos, as palavras-chave de Carlos César são "gradualidade e bom senso".
Também Luís Montenegro se diz preocupado com os doentes afetados pela greve de enfermeiros.
https://d2al3n45gr0h51.cloudfront.net/2018/12/luis_montenegro_contradoentes_20181212192014/hls/video.m3u8
"Sensibiliza-me muito que se possa estar a colocar em causa a vida e cuidados de saúde imprescindíveis e prioritários, mesmo que o direito à greve seja legítimo."
"Há limites que não devem mesmo ser ultrapassados", considera o social-democrata. Tanto o Governo como os enfermeiros "têm de meter a mão na consciência".
"O direito a greve é um direito absoluto no sentido em que as pessoas o podem exercer, mas não o devem poder exercer se prejudicarem de uma forma quase irrecuperável o exercício de outros direitos e outras garantias dos cidadãos", defende.
Com 47 novos pré-avisos de greve até ao final do ano, Luís Montenegro fala de uma "banalização da greve" - "por tudo e mais algumas coisas todos os setores de atividade vão para greves que têm um impacto brutal".
Terá de imperar o bom senso, diz, e é preciso que o Governo se mantenha atento para "evitar contágios" de outros protestos radicais, como o dos coletes amarelos de França.
Ler mais:
Se greves tiverem um efeito eleitoral será "positivo" para o PS
Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues