Coordenador da UTAO rejeita "entrar em debate", mas "discorda profundamente" de Fernando Medina
À TSF, Rui Baleiras disse que "quer e deve manter-se à margem dessa discussão político-partidária"
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O coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), Rui Baleiras, afirmou esta terça-feira que recusa entrar em debate com Fernando Medina, depois de o ex-ministro ter acusado a unidade de ter um "erro muito grave" no relatório, mas "discorda profundamente" do que o deputado socialista disse no Parlamento.
"Direi apenas que respeito e acho que o senhor deputado Fernando Medina tem direito à sua opinião, embora eu nem sempre concorde com ele e neste caso discordo profundamente da afirmação que ele fez, nomeadamente sobre o decreto-lei de execução orçamental, mas eu não quero entrar em debate, ainda por cima a quente", disse Rui Baleiras em declarações à TSF.
O coordenador da UTAO não se alonga na reação às críticas às afirmações de Fernando Medina, porque representa "uma unidade técnica que faz o escrutínio das contas públicas por mandato da Assembleia da República" e, por isso, "quer e deve manter-se à margem dessa discussão".
"Não é o meu feitio reagir a quente, ainda por cima sobre questões político-partidárias", concluiu.
Na Assembleia da República, Fernando Medina argumentou que o relatório da UTAO tem um "erro" que reputou de "muito grave", notando que, em 31 de dezembro de 2022, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) tinha 54% do seu fundo aplicado em títulos de dívida pública, uma percentagem semelhante à registada no dia 31 de dezembro de 2023, que era de 54,5%.
"É falsa a referência que consta do relatório, porque a percentagem afeta aos títulos de dívida pública é a mesma", afirmou.
"Não há, não houve durante o anterior governo nenhum momento em que exerci funções de ministro das Finanças em que tivesse sido dada qualquer orientação para que houvesse uma utilização de fundos" da Segurança Social para reduzir a dívida pública, assegurou o ex-ministro das Finanças.