Coreia do Norte "seria o último lugar do Mundo" que o candidato comunista visitaria
Num debate na TVI24, Edgar Silva garantiu que estará sempre "na linha da frente" da luta pelos direitos humanos e que a Coreia do Norte seria o "último lugar" onde iria em visita de Estado. O ex-reitor Sampaio da Nóvoa defendeu que a participação de Portugal numa missão militar deve ser "o último dos últimos recursos".
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"Só em último dos últimos lugares e em último dos últimos recursos se pode admitir a possibilidade de uma intervenção militar, e isso, a ser feito, deve ser sempre feito no quadro do direito internacional", defendeu Sampaio da Nóvoa.
No debate que colocou o ex-reitor da Universidade de Lisboa frente-a-frente com Edgar Silva, candidato apoiado pelo PCP, Sampaio da Nóvoa afirmou que a participação de Portugal em missões externas, e ao nível de intervenção militar, deve acontecer apenas depois de esgotadas as soluções diplomáticas e "sobretudo depois de uma ação económica forte", para que "sequem as fontes de financiamento a estados ou a grupos terroristas".
Durante o debate, Sampaio da Nóvoa rejeitou que essa seja uma posição que ponha em causa os compromissos internacionais do país - como é o caso da NATO.
Já o candidato presidencial Edgar Silva, reafirmou que qualquer missão militar externa em que Portugal participe deve ocorrer apenas em casos em que existam decisões ou compromissos no quadro das Nações Unidas.
No debate na TVI24, o candidato foi ainda questionado sobre se colocaria a hipótese de fazer uma visita de Estado ao território norte-coreano. Na resposta, Edgar Silva afirmou que esse "seria o último lugar do mundo onde pensaria fazer uma visita de Estado", sublinhando, no entanto, que tal como o regime da Coreia do Norte, há outros que merecem atenção por parte de quem defende os direitos humanos, garantindo estar "na linha da frente" por essa causa.
"O presidente da República tem o dever de manter, com todos os povos, e todos os estados relações de cooperação, de respeito pelas decisões das Nações Unidas quanto à aplicação do direito internacional, independentemente das simpatias", acrescentou.
Durante o debate, Sampaio da Nóvoa voltou a afirmar-se como um "candidato independente", enquanto Edgar Silva disse que, ao ser apoiado pelo PCP, tem um "certificado de garantia", e salientando que, apesar de independente, Sampaio da Nóvoa participou no último congresso do PS, o que levou o candidato do PCP a acusar o ex-reitor de "não ter conseguido reunir", dentro do PS, os apoios que "pretendia".