Os socialistas entoaram “Costa, amigo, o povo está contigo” quando o primeiro-ministro subia ao palco.
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O ambiente foi de festa e António Costa subiu ao palco entre cânticos de apoio. “Conversou” com os que “ainda não decidiram o que vão fazer” nestas eleições legislativas, fez uma auto-avaliação da governação socialista, e deixou vários reparos à direita. Pedro Nuno Santos aproveitou a deixa e terminou o discurso com um apelo aos indecisos e uma promessa: “Não vos vou desiludir”.
O comício do PS no Porto contou com cerca de quatro mil pessoas, no primeiro grande momento da campanha eleitoral socialista, na véspera da votação antecipada a uma semana do dia D a 10 de março.
O momento era aguardado há várias semanas, e a pergunta à questão “quando é que António Costa se junta à campanha” teve resposta na tarde deste sábado. O primeiro-ministro voou de Roma, onde estava no congresso do PES, diretamente para o Porto.
“Em vez de fazer um discurso, deixem-me fazer, sobretudo, uma conversa. Não com os que já decidiram amanhã ou no próximo domingo votar no PS, mas dirigindo-me aos que ainda não decidiram o que vão fazer”, atirou.
E, para início de conversa, uma pergunta: “Será que vale a pena, agora que as coisas se começam a endireitar, fazer uma mudança sem segurança?”.
No outro prato da balança, António Costa coloca Pedro Nuno Santos, para quem pede uma “oportunidade” para continuar o trabalho que o Governo socialista tem traçado desde 2015. Uma nova liderança com “novas ideias, mas sem mudança de rumo”.
António Costa foi respondendo à pergunta, comparando a governação do PS com a da direita, lembrando que “no momento mais difícil da inflação, o PSD apresentou um programa de emergência social” com metade dos apoios que o Governo acabou por atribuir.
Os apoios do PS “não foram anúncios”, e as palavras passaram aos atos, tal como “a obra” feita de Pedro Nuno Santos (ou por inaugurar) na habitação e na ferrovia. E, aqui, Costa apontou a Luís Montenegro.
“Se o seu adversário, por alguma razão, ganhasse, também as ia inaugurar. Mas há uma coisa de que não se podia orgulhar: dizer que a obra era sua”, atirou.
Por outro lado, falando diretamente para Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro lembra os “32.800 fogos que por todo o país estão a ser construídos” são obra do socialista, tal como “todas as linhas ferroviárias em obra”: “Todas são obra sua”.
Também Cavaco Silva não foi esquecido, o que mereceu um ruidoso apupo da plateia, recordando que “o PSD quis terminar e votou contra o Serviço Nacional de Saúde”, que é a jóia da coroa dos socialistas.
António Costa apontou ainda a Marcelo Rebelo de Sousa, que “não deixou o jogo chegar aos 90 minutos” e interrompeu-o “aos 40 minutos”, numa analogia com o futebol. Mas apesar de a primeira parte ainda não estar concluída, Costa mostra confiança na vitória.
“Há uma diferença. Mesmo aos 40 minutos, nós vamos ganhar as eleições”, atirou.
Pedro Nuno para os indecisos: “Confiem em mim, não vos vou desiludir”
O testemunho está passado a Pedro Nuno Santos, pelas mãos de António Costa, com o candidato a olhar para “a construção do futuro” depois de o ainda primeiro-ministro “ter garantido o presente”.
E, para terminar, um pedido e uma promessa de Pedro Nuno Santos. Começando pela promessa: “Quero pedir aos indecisos, a quem ainda não decidiu o seu voto, para que confiem em nós, em mim, para que confiem em quem sempre se bateu por um país para todos, por um país inclusivo, por um país que não deixa ninguém para trás, que não desiste de ninguém, para quem ninguém é invisível”.
Quanto à promessa: “Confiem em mim, não vos vou desiludir. Temos um país e um futuro para construir”. Pedidos de confiança, em tom de apelo ao voto, na véspera da votação em mobilidade, marcada para este domingo.
Notícia atualizada às 22h29