Costa defende estabilidade das legislaturas e espera que “instabilidade não seja novo padrão”
O primeiro-ministro demissionário considera que a estabilidade política tem sido “uma vantagem competitiva importante” para Portugal. António Costa avisa que o PRR não dever sofrer “sobressaltos” e considera que o próximo governo tem com condições para decidir sobre o novo aeroporto.
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Enquanto mantém que o Governo que lidera foi avaliado “a meio,” António Costa defende que a próxima legislatura deve cumprir os quatro anos.
"Eu acho que as legislaturas devem-se cumprir. Acho que, para Portugal, tem sido uma vantagem competitiva importante ter havido estabilidade das suas legislaturas e espero que o facto de termos tido agora uma recente instabilidade na legislatura não passe a ser o novo padrão e regressamos ao nosso padrão tradicional“, afirmou o primeiro-ministro cessante, em declarações aos jornalistas, em Santa Maria da Feira.
Costa não deixou de lançar novamente a crítica ao Presidente da República por ter optado pela dissolução do Parlamento, deixando a ideia de que “nunca saberemos se o mandato tivesse ido até ao fim, qual teria sido a avaliação.”
No entanto, agora, António Costa endereça “as maiores felicidades” tanto a Luís Montenegro “aquele me venha substituir como Primeiro-Ministro,” e também a Pedro Nuno Santos.
“A matemática é a matemática, creio que ninguém discute a matemática”, ironiza o ainda chefe de Governo quando questionado sobre a contagem de votos dos círculos da emigração.
Já sobre o resultado eleitoral do Chega, Costa defende reflexão porque "pouca gente diria que aqueles teriam sido os resultados e é preciso compreender quais são as causas profundas que fazem com que um milhão de pessoas entenda que deve empregar o seu voto naquela oferta política”.
O primeiro-ministro demissionário deixou ainda um apelo ao próximo executivo lembrando que o PRR- Plano de Recuperação e Resiliência- não deve sofrer “sobressaltos.”
“O PRR é um contrato que o Estado português tem com a União Europeia 31 de dezembro de 2026. Tenho a certeza absoluta que não é pelo facto de haver uma mudança de maioria ou Governo que o PRR vai sofrer qualquer tipo de sobressalto,” sublinhou, lembrando que convidou Luís Montenegro a estar presente no 2.º Encontro Anual das Agendas Mobilizadoras, que decorre no Europarque em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro. O líder do PSD alegou problemas de agenda para não estar presente.
Questionado sobre o relatório final sobre o novo aeroporto que, ontem, foi entregue ao Governo, Costa considerou que “o próximo Governo, quando entrar em funções, está em condições de decidir.”
António Costa defende que “qualquer decisão é uma boa decisão, sobretudo porque pelo atraso pelo atraso que temos,” e aproveitou para vincar que a decisão política “vai beneficiar de uma informação técnica sólida,” com metodologia que resultou de um acordo entre o Governo e o maior partido da oposição: “Agora é decidir,” sublinha.
Sem querer pronunciar-se sobre a atual situação política, António Costa afirma que, “hoje em dia”, quem tem legitimidade “para se pronunciar sobre o que o PS é o atual líder do partido.
“Tenho a esperança de que quando deixar de ser primeiro-ministro haja menos microfones à minha frente”, ironiza ao terminar as declarações assumindo-se como ”um militante de base “disciplinado.”