O primeiro-ministro, António Costa, considerou que com a aprovação do orçamento na generalidade é "retomada a normalidade constitucional", e disse perceber que Passos Coelho não goste do diploma que "devolve rendimentos aos portugueses".
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À saída do parlamento após a aprovação, na generalidade, do Orçamento do Estado para 2016 António Costa disse aos jornalistas que "este é um dia muito importante" porque é retomada a normalidade constitucional, sublinhando que "ao fim de muitos anos a Assembleia da República acaba de aprovar na generalidade um orçamento que cumpre a constituição".
"Eu sei que este é o orçamento que o Dr. Pedro Passos Coelho não gosta porque devolve rendimentos aos portugueses, diminui a tributação e cria condições para o crescimento. Este é o orçamento que desmente a história que nos contaram durante quatro anos", respondeu Costa, quando questionado sobre as declarações do anterior primeiro-ministro no encerramento do debate.
Costa acusou ainda o líder do PSD de não se conseguir "libertar o passadismo" nem ter "uma ideia nova para o presente e para o futuro", dizendo ser tempo de virar a página "dos debates do passado".
"Espero ver aprovados todos os orçamentos desta legislatura e os senhores jornalistas deviam deixar de dar tanta atenção à voz do azedume e daqueles que permanentemente são arautos da desgraça", disse, ainda, sobre o líder do PSD.
Para o primeiro-ministro, este é um "bom orçamento" e deixou a convicção de que no debate na especialidade o documento "poderá ser ainda melhorado".
"Este Governo será tão firme na devolução de rendimento aos portugueses, como será firme na execução orçamental que fará", prometeu.
Questionado sobre um eventual retificativo em abril, Costa afirmou saber "que o país está mal habituado, porque não houve ano nenhum do anterior Governo em que não houvesse pelo menos um retificativo".
"Tivemos nos últimos quatro anos 12 orçamentos. Chegou a altura do país viver em normalidade", disse.
Consciente que "este orçamento é exigente", o primeiro-ministro reiterou a confiança no ministro das Finanças, não tendo dúvidas que "será capaz de conduzir com rigor este orçamento".
"Voltamos à normalidade de palavra dada ser palavra honrada e este ser um Governo como há muito tempo não tínhamos, que pode fazer a sua estreia orçamental não cortando salários nem pensões, não aumentando os impostos que prometeu não aumentar, mas pelo contrário apresentando um orçamento responsável, que cria condições para o crescimento, para a criação de emprego, reforça a proteção social e permite uma gestão exigente e rigorosa", assegurou.
Costa disse ainda que o diploma hoje aprovado é "fruto do diálogo social, parlamentar e com as instituições europeias" e "marca a viragem da página da austeridade", e apesar de assumir que "todos os orçamentos são difíceis", o líder socialista garante capacidade para resolver os "problemas difíceis".
A Assembleia da República aprovou hoje na generalidade a proposta de Orçamento do Estado para 2016, com votos favoráveis de PS, BE, PCP e Verdes, a abstenção do PAN e votos contra de PSD e CDS-PP.
Com idêntica votação, foram também aprovadas as Grandes Opções do Plano.