Primeiro-ministro garante que aguarda pela avaliação da UE, no início de maio, com "toda a tranquilidade". E deixa claras as medidas que não vai tomar. O IVA não subirá... para bens essenciais.
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O primeiro-ministro não responde se já tem prontas as medidas de um plano B, tal como foi pedido que preparasse pelo Eurogrupo. E garante que a execução orçamental dos primeiros meses do ano lhe dão a "maior confiança" de que não será preciso tomar medidas adicionais. A avaliação decisiva virá daqui a um mês, mas na entrevista à TSF e DN garante que aguarda sem medo de ser forçado a novas medidas:
"Temos toda a confiança de que poderemos chegar a essa altura [a Maio] sem necessidade de qualquer medida adicional", diz o primeiro-ministro.
O que parece estar fechado na coligação à esquerda são as medidas que não podem ser usadas, em caso de emergência. E aqui fica um sinal - no que fica de fora da resposta de Costa: "Se houver necessidade de medidas adicionais, elas serão tomadas. Também já se sabe quais não serão as medidas adicionais: não serão medidas que cortem salários, que cortem pensões, nem impostos sobre o trabalho, nem sobre bens essenciais do IVA."
Falando apenas dos bens essenciais, o primeiro-ministro deixa de fora todos os produtos e serviços taxados a 13% e 23%, tidos na legislação como "não essenciais", o que deixa uma margem maior para procurar medidas que tenham efeito garantido para o Orçamento do Estado.
No que respeita à questão da dívida, agora tema de discussão interna com os parceiros de governação à esquerda, Costa desvaloriza. Diz que o Governo tem "um grupo de trabalho com o BE e um trabalho de grupo com o PCP", que discutirá o assunto. Mas sem desafios unilaterais à UE.
A entrevista TSF/DN ao primeiro-ministro foi realizada na sexta-feira, no Porto, na Cooperativa Árvore.
Aqui a entrevista, na íntegra, a António Costa.