Costa elogia convergência de Portugal com a UE e critica que Assuntos Europeus estejam com MNE
No regresso às crónicas no jornal Correio da Manhã, o antigo primeiro-ministro considera que a economia portuguesa "reduziu a distância" em relação aos parceiros europeus e nota, em tom crítico, que a pasta dos Assuntos Europeus transitou para o Palácio das Necessidades "como se fossem negócios estrangeiros."
Corpo do artigo
"Dez anos volvidos, bom dia" é o nome da crónica de regresso de António Costa e ele próprio regressa ao passado para recuperar o artigo que publicou no Correio da Manhã, em março de 2014. O tema era aquilo que descreve como o "longo período de estagnação da economia portuguesa e de divergência com a União Europeia".
"Desde então, o ciclo mudou", escreve o antigo primeiro-ministro que insiste que "nestes últimos oito anos a economia portuguesa reduziu a sua distância em relação à Alemanha, à França ou à Espanha, "um caminho que deve ser prosseguido porque vamos no bom sentido e ainda temos muito para andar", defende Costa.
Se a última semana fechou com uma troca de acusações entre o atual e o antigo ministro das Finanças sobre a saúde das contas públicas, o antigo governante, agora cronista, considera que "o ciclo mudou" e que "ao contrário do que foi propalado, em 2023, Portugal destacou-se da Roménia e recuperou a sua posição face à polónia e à Hungria".
Depois do silêncio das primeiras semanas, António Costa regressou à primeira linha, mas agora do comentariado: na sexta-feira esteve num programa da manhã na TVI, comentou (não comentando) algumas notícias de atualidade, há-de regressar ao comentário televisivo e este sábado retoma a pena com a promessa de falar de eleições europeias.
António Costa lamenta "o estranho hábito de se falar da União Europeia como se nos fosse algo exterior" e deixa uma farpa ao atual governo, criticando o facto de a pasta dos Assuntos Europeus (que como governante manteve sob sua tutela) tenham agora regressado ao Palacio das Necessidades, "como se fossem negócios estrangeiros".
A fechar o artigo, o ex-primeiro ministro António Costa promete dedicar o espaço na próximas semanas às eleições europeias, porque "direta ou indiretamente, somos nós que decidimos o que a União decide".