Costa prossegue "incentivos à fixação" de médicos no interior e admite "eliminar" portagens
Na Covilhã, o líder do PS garantiu estar atento às questões da interioridade e quer mais condições para residentes e profissionais que queiram exercer nas regiões do interior.
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"Ficámos a saber que o tão anunciado sistema de incentivos à fixação de médicos no interior, afinal, na prática, não existe e já, pelo menos em dois concursos que foram abertos, os médicos que se candidataram não beneficiaram desses concursos", atirou António Costa.
De acordo com o decreto-lei publicado em Diário da República, em junho deste ano, o incentivo à mobilidade geográfica é de mil euros mensais, pagos durante 12 meses, para "compensar o trabalhador médico pelas condições mais exigentes de prestação em zona carenciada". Um montante que, de acordo com o decreto-lei, é "reduzido para 50%, após seis meses, e para 25%, após 12 meses".
O secretário-geral do PS garante que, com um governo socialista, a ideia de incentivos é para manter, mas Costa admite que a solução não passa apenas por dar incentivos financeiros aos profissionais.
"Nós temos previsto o estabelecimento desse sistema de incentivos à fixação, mas a fixação não tem a ver só com incentivos, tem a ver com toda a oportunidade que os médicos possam ter de desenvolver aqui a sua carreira", diz.
E argumenta: "Se se alargar, na Faculdade de Medicina, a possibilidade das formações de especialidade, nós não afastamos os médicos que aqui têm a sua formação inicial. Se nós aproveitarmos todos o potencial desaproveitado neste hospital, isso ajuda à fixação. E essa é uma condição tão importante como a revisão das taxas moderadoras".
Ainda focado no tema da interioridade e dos serviços públicos, Costa garantiu que a "liberdade de escolha" no acesso é uma das bandeiras de um governo PS: "Só existe, efetivamente, quando, quem não tem nenhum recurso pode contar, nas escola para os seus filhos, na saúde para si próprio e na Segurança Social para os seus pais, a mesma proteção que encontraria se tivesse recursos para recorrer aos sistema provado".
Na primeira iniciativa, depois do arranque oficial da campanha, António Costa visitou o Hospital Pêro da Covilhã, na Covilhã, mas, para além da saúde, o tema da interioridade também foi abordado do ponto de vista das acessibilidades do interior do país, com o secretário-geral do PS a admitir rever e até "eliminar" portagens no interior e zonas com maior potencial turístico.
Antes deste almoço, a TSF conversou com Fernanda Lourenço. Tem 71 anos e garante que "não perde nada da campanha". Sempre votou PS e dia 4 não vai ser exceção. Para este almoço com António Costa, levou um cartaz feito por ela e não faltou uma rosa do quintal. A reportagem é da Joana Sousa Dias.