O secretário-geral do PS garantiu este sábado, em Vizela, que não haverá acordo com a direita sobre a reforma da Segurança Social.
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"Connosco não houve, não há nem haverá nenhum acordo que passe pela privatização das receitas da Segurança Social, porque as receitas da Segurança Social são essenciais para garantir uma Segurança Social para todos, para a atual geração e para as futuras gerações. É essa a aposta do PS: garantir as pensões para todos e não permitir aventuras de privatização de receitas da Segurança Social. Connosco não haverá acordo com a coligação de direita", afirmou.
Desta forma, António Costa respondeu de forma categórica às palavras de Pedro Passos Coelho que ontem à noite, no debate na RTP Informação com Catarina Martins, se mostrou convicto num acordo com o PS sobre a Segurança Social.
A proposta do PSD e do CDS-PP de plafonamento da Segurança Social foi um dos temas mais debatidos, com a porta-voz do Bloco de Esquerda a insistir em saber como se vai chegar à poupança de 600 milhões de euros.
Passos Coelho admitiu que o plafonamento não vai resolver o problema na totalidade, pois apenas inclui os novos contratos e que será preciso novas formas de financiamento. Para isso, afirmou o líder do PSD, conta com o PS: "Fiquei convencido depois do debate com António Costa que podemos contar com o PS para isso".
Esta tarde, depois das declarações de Costa, Passos Coelho acusou o PS de não ter negociado a reforma da Segurança Social por medo das eleições e de querer fazer "experiências perigosas" ao ir buscar dinheiro àquele sistema para estimular o consumo.
Em Barcelos, Passos Coelho questionou o PS sobre se "não aprendeu nada" com o passado e reafirmou a necessidade de reformar a Segurança Social para que as pensões atuais e futuras sejam pagas sem que o pais tenha que pedir "mais um resgate".
"Cada vez que ouço o PS dizer que quer ir à custa da Segurança Social arranjar dinheiro para dar às pessoas, porque isso é importante, arrepio-me todo", afirmou Passos Coelho questionando "como é que é possível que alguém que reconhece a falta de dinheiro na Segurança Social, arrisca depois abrir um buraco, que só em quatro anos será de perto de seis mil milhões de euros, só em 4 anos".