O Primeiro-Ministro confirma que o governo está a preparar "medidas adicionais", solicitadas pelo Eurogrupo, mas diz que é uma exigência "preventiva".
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Em resposta às preocupações de Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, António Costa garantiu que os acordos para o ajustamento "não implicarão o sacrifício de salários, pensões ou aumento da tributação do trabalho".
Antes, Passos Coelho tinha questionado "qual é o plano B" do governo, caso falhem as metas previstas no OE 2016.
O líder do PSD considerou que "o mercado está a sinalizar Portugal" e acusou o governo de ter provocado "uma situação de risco" ao apresentar um Orçamento que "não merece a confiança nem dos mercados, nem da Comissão Europeia, nem dos portugueses".
No contra ataque , António Costa afirmou que o anterior executivo PSD/CDS-PP é que provocou "falta de confiança" e ironizou: "Eu percebo bem que, depois de tanto esforço para que primeiro a Comissão e depois o Eurogrupo chumbassem o Orçamento, esteja muito irritado por nem a Comissão nem o Eurogrupo terem chumbado o nosso Orçamento".
Costa garante que que Portugal mantém uma atitude "responsável de dialogo" com instituições europeia e que o "dialogo tem sido frutuoso".
Costa: " tudo faremos para prevenir riscos"
No debate quinzenal, António Costa sublinhou que o Orçamento "tem condições para ser executado", merece o apoio das instituições europeias e será possível "prevenir riscos e reforçar a confiança".
O Primeiro-Ministro admite que as preocupações com os sistemas financeiros de "vários países", coloca "pressão" sobre a economia portuguesa, mas acredita que "com rigor", será possível cumprir.
Sem fazer referência direta aos alertas deixados pelo ministro alemão das Finanças, sobre a intranquilidade dos mercados, em relação ao Orçamento português, António Costa disse que tomou "boa nota das preocupações da Comissão Europeia".
Costa sublinhou que a instabilidade reside no setor financeiro e que não aceita que se repita " a encenação de 2011", quando a crise dos mercados foi transformada "numa crise de estados.
Bloco receia "novo assalto" à TAP
BE e governo divergiram na análise ao memorando celebrado entre o Estado e o consórcio Atlantic Gateway.
Catarina Martins questionou como é que o Estado pode garantir a salvaguarda do interesse nacional "sem nenhum administrador executivo". "Como pode o Governo garantir os voos para o Porto ou qualquer outro lugar? Como é que podemos garantir que o interesse público é garantido se o Estado não manda? Não estamos a convidar a um novo assalto?" - perguntou a porta-voz do Bloco.
António Costa reconheceu que os dois partidos têm uma "visão diferente" mas prometeu defender " o interesse estratégico da TAP".
CDS receia imposto sobre doações. Costa fala da gravata do Benfica
Pelo debate e em resposta às dúvidas do CDS, Costa insistiu que "não está prevista" a taxação de doações.
Perante a insistência de Nuno Magalhães, e em dia de Benfica -Porto, o PM acabou por elogiar a gravata vermelha, do líder parlamentar do CDS-PP, numa referência ao facto de ambos serem benfiquistas "Eu fico perplexo, o que lhe vale é a cor da gravata bem escolhida".
Nuno Magalhães, na resposta, disse que um eventual imposto sobre as doações "preocupa mais os portugueses do que as piadas, as graçolas ou as cortinas de fumo" sobre o que "pode ocorrer hoje à noite num jogo de futebol".