O primeiro-ministro respondeu às 25 questões colocadas pelo CDS-PP. António Costa admite falhas no SIRESP e revela que a estrada só foi cortada após descoberta das vítimas mortais.
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"Segundo a GNR, a estrada N236-1 esteve sempre aberta ao trânsito, até haver notícia dos trágicos e imprevisíveis acontecimentos ocorridos na mesma. Só após este momento foi encerrado o acesso à N236-1", especifica o documento disponível no site do parlamento. A decisão de fechar a estrada foi tomada "por volta das 22:15 de 17 de junho".
O texto acrescenta que "segundo a GNR, até ao momento em que se verificaram as mortes, não foi comunicada àquela Força de Segurança qualquer decisão operacional relativa à necessidade de encerramento da estrada N236-1, não tendo sido recebida qualquer informação que alertasse para uma situação de risco, potencial ou efetivo, em circular pela via em causa".
"De acordo com as informações fornecidas pela GNR, o número de vítimas na EN236-1 foi de 33 (30 num pequeno troço da via e 3 alguns quilómetros adiante). Segundo a mesma fonte, as restantes 14 terão falecido em estradas e caminhos de acesso à EN236-1, para a qual se dirigiriam em fuga do incêndio", refere ainda o texto que responde às 25 perguntas colocadas pelo CDS-PP a 23 de junho.
António Costa confirma ainda a confiança política em Constança Urbano de Sousa, numa altura em que a oposição já pediu a demissão da ministra da Administração Interna. "Cumpre-me informar que o senhor primeiro-ministro reafirma manter a confiança política na senhora ministra da Administração Interna", lê-se na nota.
Sobre o SIRESP, o gabinete do primeiro-ministro admite que existiram falhas de comunicação na zona do incêndio de Pedrógão Grande, onde existe um total de 16 Estações Base SIRESP, mas classifica-as de "falhas de menor relevância, considerando a área e o horário em que ocorreram".
O documento, que cita parte das respostas dadas pelo Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal, explica ainda que "a falha verificada não foi nas estações base SIRESP mas sim na rede de fibra ótica que interliga essas estações base, provocando o isolamento de 5 estações base com o resto da rede SIRESP. Segundo os utilizadores registaram-se dificuldades de comunicação com recurso à rede SIRESP, sobretudo na zona de Pedrógão Grande, onde estava instalado o Posto de Comando das Operações (PCO)".
A primeira estação a entrar em "modo local" foi a de Pedrógão. Seguiram-se Figueiró dos Vinhos, Malhadas, Pampilhosa da Serra e Serra da Lousã.