"Rio quis ser pedagógico" sobre Relvas, diz Feliciano Barreiras Duarte. "Soou a ameaça e purga", suspeita Carlos Abreu Amorim.
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No último dia de campanha interna, a TSF convidou Carlos Abreu Amorim, apoiante de Pedro Santana Lopes, e Feliciano Barreiras Duarte, a revisitarem o debate entre os dois candidatos.
Para Carlos Abreu Amorim, as declarações de Rui Rio sobre o caso da recondução da Procuradora-Geral da República (PGR) espelham a "debilidade política" de Rui Rio.
"O Dr. António Costa vai embrulhar o Dr. Rui Rio em celofane e fazer dele o que quiser se ele for líder do PSD", afirma o deputado apoiante de Santana, considerando que Rio "foi o casus belli, o móbil aproveitado pelo PS para desarmar a PGR"
Em defesa de Rio, Feliciano Barreiras Duarte sublinha que o antigo autarca do Porto "não é manhoso".
"Não confundamos manhosice política com debilidade política", diz Barreiras Duarte e contra ataca: "O que seria um debate com Pedro Santana Lopes a dizer a António Costa que tem que ser substituído e o primeiro-ministro a dizer: quem é que está à minha frente? O Pedro Santana Lopes 1, 2 ou 3?"
O aviso de Rui Rio de que se for líder não vai tolerar "rasteiras", numa alusão à entrevista de Miguel Relvas onde este prevê que o próximo líder seja de transição, também mereceu leituras diferentes.
Para Carlos Abreu Amorim "pareceu uma ameaça de limpeza ou de purga" embora o apoiante de Santana Lopes se demarque das palavras de Relvas.
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"Não há um prazo de validade como nos iogurtes e por isso quem ganhar deve ficar e robustecer o partido o mais possível".
Mas sublinha que "todas as opiniões devem ser aceites, admitidas e discutidas" considerando que Rio "não será capaz de ser unificador".
Feliciano Barreiras Duarte desvaloriza a polémica.
"O que o Rui, com o estilo dele, procurou dizer é que se for líder fará pedagogia para que militantes que já deram muito ao partido não andem sempre a criar factos que de alguma forma minem".
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O apoiante de Rui Rio lembra ainda que Santana Lopes até fez questão de se afastar também de Miguel Relvas.
Apesar das críticas mútuas, as duas candidaturas quiseram passar uma imagem de unidade depois de 13 de janeiro: Feliciano Barreiras Duarte afirma que "qualquer que seja líder, o PSD ficará bem servido", Abreu Amorim remata que seja com Santana, seja com Rio, "o PSD estará de parabéns".
Primárias "transparentes", mas com lições a tirar no futuro
Tanto Feliciano Barreiras Duarte como Carlos Abreu Amorim integram, com o secretário-geral do PSD, José Matos Rosa, a comissão eleitoral nas primárias de 13 de janeiro e ambos elogiam o processo.
Questionados sobre eventuais casos de pagamento de quotas "por atacado", Feliciano Barreiras Duarte fala num processo "muito transparente e límpido" enquanto Carlos Abreu Amorim lembra que o secretário-geral do PSD "tem um ficheiro à parte onde está o motivo pelo qual o militante não está inscrito nos cadernos eleitorais" e que "os casos que existem de pagamento de quotas por atacado não mereceram reclamação por parte das candidaturas".
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" O secretário-geral decidiu que não fazem parte dos cadernos eleitorais, eles não fazem parte dos cadernos eleitorais", esclarece.
As duas candidaturas colocam no caderno de encargos do próximo líder a necessidade de mudar regras internas para dar maior agilidade e transparência ao processo eleitoral, e aumentar a participação, seja através da forma de pagamento de quotas, como mudanças nos prazos eleitorais que, atualmente, fixam datas diferentes para pagamento de quotas, "o que provoca confusão".