CPI ao caso das gémeas. BE acusa Chega de “instrumentalização”, PSD diz que conclusões são "uma farsa"
"Aquilo que foi apresentado como conclusões finais, apenas só foi enviado para a comissão parlamentar de inquérito às 16h57, quando a conferência de imprensa começou às 17h00", afirma António Rodrigues, deputado do PSD
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A deputada do BE Joana Mortágua acusou esta sexta-feira o Chega de “partidarização e instrumentalização” com fins eleitorais da comissão de inquérito ao caso das gémeas e indicou que enviou um protesto ao presidente desta comissão. O PSD considera que a apresentação das conclusões "é uma farsa".
António Rodrigues, deputado do PSD, afirma que o Chega atuou à revelia dos outros partidos.
"Aquilo que foi apresentado como conclusões finais, apenas só foi enviado para a comissão parlamentar de inquérito às 16h57, quando a conferência de imprensa começou às 17h00. Portanto, estamos aqui, em primeiro lugar, numa farsa, numa tentativa de enganar as pessoas relativamente àquilo que a comissão discutiu durante todos os meses que a mesma durou", explica o social-democrata.
Em conferência de imprensa na Assembleia da República, a coordenadora do BE na comissão de inquérito ao caso das crianças luso-brasileiras indicou que enviou ao presidente – Rui Paulo Sousa, do Chega – um protesto “em relação à forma como André Ventura e a deputada Cristina Rodrigues se aproveitaram dos trabalhos desta comissão e de um relatório que não lhes pertence, mas que pertence à discussão e ao contraditório no âmbito da comissão, para fazer uma conferência de imprensa partidarizada e que não reflete as conclusões da comissão de inquérito”.
“É um assalto institucional, é uma partidarização e uma instrumentalização de uma comissão de inquérito para efeitos eleitorais”, acusou Joana Mortágua.
A deputada falava aos jornalistas pouco depois de a relatora, Cristina Rodrigues, e o líder do Chega, terem apresentado o relatório preliminar em conferência de imprensa e o documento ter chegado aos partidos quase ao mesmo tempo.
Joana Mortágua afirmou que só a Cristina Rodrigues, do Chega, “cabe apresentar o relatório” e que o documento “foi apresentado em conferência de imprensa por ela e pelo presidente do Chega antes de a comissão de inquérito e os seus membros terem conhecimento” do mesmo.
"Isto revela um enorme desrespeito e deslealdade institucional para com o parlamento. As comissões de inquérito não servem os interesses eleitorais e partidários de ninguém, são assuntos sérios e, portanto, é absolutamente inaceitável que, por ter falhado duas vezes a entrega do relatório a que estava obrigada, a deputada Cristina Rodrigues queira depois apresentar conclusões que são apenas suas e do seu partido como sendo conclusões da comissão de inquérito", criticou.
A proposta de relatório do inquérito parlamentar ao caso das gémeas luso-brasileiras, da autoria do Chega, acusa o Presidente da República de “abuso de poder”, considerando a sua conduta “especialmente censurável”.
