Acompanhe no site da TSF o debate dos candidatos a esta autarquia a partir das 16h00
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Mais habitação e a preços compatíveis com os rendimentos, atrair mais empresas para gerar postos de trabalho e tornar a cidade mais atrativa e cómoda para quem nela queira viver. É o que os vila-realenses, entrevistados pela TSF, pedem ao Executivo municipal que sair das eleições autárquicas de 12 de outubro.
Para Carlos Pereira, “independentemente da ala política que ganhar, os próximos governantes têm de investir na indústria”. Assume que gosta das “movimentações de festas e eventos”, mas “não são prioridade”. Prefere apontar a “habitação e a indústria” para atrair pessoas para o concelho.
Nelson Silva concorda que “é necessário criar postos de trabalho para fixar os jovens” e “arranjar forma de controlar os custos da habitação”, que “os jovens nem sequer conseguem comprar ou arrendar”, porque o mercado “é uma loucura”.
Além dos preços “muito altos” para comprar ou arrendar casa em Vila Real, Bruno Ribeiro acrescenta como prioridades “melhorar os acessos à cidade” e “o estacionamento para automóveis, que é muito reduzido”.
A opinião de Jorge Bastos, com 85 anos, não é muito diferente da dos jovens que o antecederam. E, quanto à habitação, realça que tem de haver condições para alojar os estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, cujo número “tem registado um aumento constante”. “Eles têm de ter quarto e casa para estarem cá”, sublinha.
E se por um lado elogia a grande intervenção que foi feita pela câmara socialista na Avenida Carvalho Araújo, a sala de visitas da cidade, Jorge Bastos lamenta que a “utilidade fantástica” se reduza “até seis dias em junho durante as festas”. “No pino do verão não é praticável e no inverno pior ainda. E como sou um idoso, gostava de, quando vou por lá dar uma volta, ter onde me sentar”, sublinha.
Bancos para sentar à parte, criar habitação que os vila-realenses consigam pagar e atrair mais investidores para gerar emprego são as duas principais prioridades dos candidatos do PS, PSD e Chega à Câmara de Vila Real.
O candidato socialista, Alexandre Favaios, atual presidente do município vila-realense, que há poucos meses sucedeu a Rui Santos, agora deputado do PS na Assembleia da República, já tem ideias para atrair mais empresas. O objetivo é “dinamizar a zona de acolhimento empresarial, criar uma equipa especializada para a diplomacia económica para atrair investimento para Vila Real e construir um novo bloco no Régia Douro Park, que seja disponibilizado para startup e empresas de caráter tecnológico”.
Alexandre Favaios acrescenta que a Câmara de Vila Real, que lidera, já tem em andamento um projeto de “construção de um bloco de 36 apartamentos, dirigidos para jovens a custos controlados”. “É um projeto que está muito avançado e que claramente vamos alavancar”, acrescenta.
Alina Sousa Vaz, candidata do PSD, espera vencer para “devolver a Vila Real o papel de polo económico e social da região, como já o foi no passado”. Frisa que “não é aceitável que, sendo capital de distrito, Vila Real tenha rendimentos médios abaixo, por exemplo, de Bragança”. Daí que diga que “é urgente a criação de emprego qualificado, garantir habitação acessível e atrair mais investimento privado”.
Alina Sousa Vaz salienta que há concelhos muito mais pequenos que conseguem ter indicadores económicos superiores a Vila Real e, por isso, considera que um Executivo liderado por si pode “fazer melhor que o atual”. Insiste que “a gestão socialista dos últimos 12 anos parou por completo o concelho”, o que fez com que “perdesse alguma competitividade”, colocando-o “atrás de concelhos vizinhos em vários indicadores”. “Tudo isto parece absurdo, mas, por exemplo, atualmente estamos atrás de Mesão Frio na capacidade de captação de investimento. É uma vergonha”, critica.
Por seu lado, Alberto Moura, candidato do Chega, pretende “travar a perda de população e inverter a tendência”. Acredita que é possível “criar as condições para Vila Real ter uma população de 75 mil habitantes em 2050 (atualmente anda à volta dos 50 mil). Tal objetivo implica “um crescimento populacional anual na casa de 1,6%”.
Para conseguir o objetivo defende “habitação a preços que os jovens e as famílias possam pagar” e a criação de “emprego de qualidade para que as pessoas não tenham de sair de Vila Real” e para que possa “atrair novos habitantes”. Alberto Moura ainda visa “uma cidade mais fácil de viver, mais prática, mais vibrante, com mais cultura e com boa mobilidade”, pois “só há turismo se houver atrações que atraiam pessoas e só há a economia a mexer se houver turistas”.
Além de PS, PSD e Chega, concorrem também à Câmara de Vila Real a CDU, BE, Livre e CDS-PP (há quatro anos foi coligado com o PSD).
Em 2021, o PS ganhou as eleições autárquicas em Vila Real com 58,44% dos votos e conquistou cinco mandatos, enquanto o PSD obteve 28,68% e dois mandatos. O Chega ficou em terceiro lugar com 4,17%. Cada uma das restantes candidaturas teve menos de 3% dos votos.
