Crise política? "Estes meninos não passaram qualquer esforço. Fazem da democracia um luxo, mas é um dever"
António Campos pertencia ao Governo de Mário Soares que caiu pelo chumbo de uma moção de confiança, em 1977
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Em tempo de crise política e com eleições antecipadas à vista, o histórico socialista António Campos confessa uma “grande desilusão” pelo rumo do PS, nos últimos anos, um sentimento que, garante, seria partilhado por Mário Soares se ainda fosse vivo. As instituições democráticas “não têm qualquer crédito”, por culpa dos atuais protagonistas, o que coloca em causa “a democracia” que “não aguenta isto”.
O fundador do PS e um dos mais influentes no partido, nos primeiros anos da democracia, critica os políticos atuais, em entrevista TSF, por não credibilizarem a democracia e as instituições. António Campos recua aos tempos de Mário Soares, lembra pelo que passou durante a ditadura, e afirma que defender a democracia “não é um luxo, mas um dever”.
António Campos pertencia ao Governo de Mário Soares que caiu pelo chumbo de uma moção de confiança, em 1977. Até agora, mais nenhuma moção de confiança teve o mesmo desfecho – a história pode mudar já na próxima terça-feira.
Volvidos 50 anos do 25 de Abril, os políticos “não passaram pelo que Mário Soares passou” e, portanto, “fazem da democracia um luxo”. Defender as instituições “não é um luxo”, alerta António Campos, “mas sim um dever”. “Estes meninos” que se preparam para ir a eleições, pela terceira vez em três anos, merecem, por isso, nota negativa do histórico socialista.