"Críticas de austeridade são um disparate. Se estivéssemos no governo fazíamos o mesmo"
O ex-presidente do CDS não compreende as críticas que o partido tem feito à política orçamental do Governo. Ribeiro e Castro concorda com o caminho que está a ser seguido por Mário Centeno e garante que se os centristas estivessem no Governo, fariam a mesma coisa.
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Tem sido um dos soundbytes políticos mais repetidos pelo CDS: a austeridade, afinal não acabou. Mas dentro do partido há quem discorde desta estratégia, nomeadamente o ex-presidente do partido, José Ribeiro e Castro.
À TSF, o centrista considera "um disparate" as críticas de Assunção Cristas ao Governo, sobretudo "porque se nós estivéssemos no governo teríamos que seguir este mesmo caminho ou seriamos totalmente irresponsáveis.". No programa Pares da República , Ribeiro e Castro explica que "existe austeridade quando um país tem abundância de recursos e é governado com avareza, de uma forma somítica. Quando o país não gasta os recursos que tem para o seu desenvolvimento porque é de facto austero". Ora, no entender do ex-líder centrista, "quando um país não tem dinheiro, não é austero, acho isso equilibrado".
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A propósito do Programa de Estabilidade e Crescimento , apresentado esta semana pelo ministro das Finanças, Ribeiro e Castro mostra-se de acordo com a orientação seguida e confessa que lhe custa "que à direita se faça uma crítica pela austeridade não há austeridade, existe é falta de dinheiro".
PCP critica excesso de otimismo
É da esquerda que surgem as maiores críticas ao governo. Carlos Carvalhas acusa o ministro das finanças de "querer ir para além da própria Comissão Europeia" e diz que isto é "Centeno a apresentar-se como presidente do Eurogrupo".
Para o economista do PCP, as previsões económicas do governo para os próximos anos revelam "algum otimismo", sobretudo naquilo que diz respeito ao produto interno bruto. Carlos Carvalhas acusa os "teóricos do défice" de venderem a ideia de que Portugal está mais bem preparado para enfrentar uma crise económica se tiver excedente orçamental, quando, na opinião do comunista, "nada nos pode salvar de uma crise". Carvalhas lembra o caso espanhol que "antes da crise de 2007 / 2008 estava com saldos positivos do seu orçamento e teve a mesma hecatombe que tiveram os outros países".