Primeiro-ministro reage a notícia de que Azeredo sabia de encobrimento. Ex-chefe de gabinete do ministro terá implicado Azeredo Lopes no encobrimento do caso de Tancos. À TSF, António Costa diz apenas que os culpados e "eventuais cúmplices e encobridores" devem ser responsabilizados.
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Questionado pela TSF em relação às declarações de Martins Pereira, antigo chefe de gabinete do ex-ministro da Defesa, que afirma que informou Azeredo Lopes da encenação em Tancos, o gabinete do primeiro-ministro rejeita comentar "questões em objeto de investigação criminal".
António Costa limita-se a "desejar que as autoridades competentes, com a maior brevidade possível, esclareçam cabalmente o ocorrido, responsabilizando os autores do furto e seus eventuais cúmplices e encobridores, sejam quem forem", adianta o gabinete do primeiro-ministro.
Martins Pereira terá garantido, em interrogatório, que avisou, através da rede WhatsApp, o ex-ministro da Defesa do memorando que lhe foi entregue , há menos de um ano, pelo então diretor da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira.
O documento em causa dava conta da encenação da recuperação das armas roubada em Tancos.
De acordo com o jornal Público, o ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa já colocou o telemóvel à disposição dos investigadores para uma perícia que comprove o que afirmou no interrogatório.
Inicialmente, Martins Pereira confirmou apenas ter recebido o então diretor da Policia Judiciária Militar, Luís Vieira, e o porta-voz da Polícia Judiciária Militar, Vasco Brazão. Mais tarde, veio a assumir que, nesse encontro, recebeu um memorando dos acontecimentos em Tancos.
O ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, nega "categoricamente" ter tido conhecimento da alegada encenação da recuperação do material furtado. O Ministério da Defesa já garantiu que não há nos arquivos qualquer registo ao documento em causa.
*com Paula Dias e Sara Beatriz Monteiro