Dar a mão ao Chega? "Parece que só o PSD é que tem de responder a essa pergunta"
O princípio seguido pelo PSD é o "respeito da autonomia do poder local", garante Luís Montenegro, que sublinha que, também nos municípios onde o partido ganhou sem maioria absoluta, haverá condições de governabilidade: "Não seremos nós a interferir na gestão"
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Questionado pelos jornalistas sobre se o partido está disponível para dar a mão ao Chega nos municípios em que a margem de vitória foi residual, Luís Montenegro protesta: "Parece que só o PSD é que tem de responder a essa pergunta."
Numa reação aos resultados autárquicos obtidos este domingo, o líder dos sociais-democratas começa por notar que os valores conhecidos a esta hora "ainda não são definitivos". Apesar de entender que os números refletem uma "situação de equilíbrio", opta por mencionar que o PSD "perdeu muitas mais" autarquias pela tal margem residual do que aquelas que ganhou. "Ficamos a escassas dezenas ou centenas de votos de conquistarmos a presidência de várias câmaras", afirma.
Garante, contudo, que, nos municípios onde o partido ganhou sem maioria absoluta, haverá condições de governabilidade, até porque o princípio seguido pelo PSD é o "respeito da autonomia do poder local". Os autarcas eleitos, diz, terão de "assumir" a sua responsabilidade. "Não seremos nós a interferir na gestão desses municípios", assevera.
Aprofundando a questão inicial, refere que o Chega teve em 2021 "alguns vereadores eleitos que foram determinantes na gestão das câmaras", mencionando ainda a representação do partido liderado por André Ventura nas diversas facetas políticas. Inquieto pela insistência da pergunta, o líder do PSD acaba mesmo por retorquir: "Parece que só o PSD é que tem de responder a essa pergunta."
Nota, por isso, que há outros partidos na liderança municipal que têm "relações políticas com o Chega", mencionado que este é o caso do PS e CDU, e admite que os sociais-democratas também vão "conviver com naturalidade" com o partido de extrema-direita.
Rejeita, contudo, dar a "mão a alguém", vincando que a única mão que os sociais-democratas querem segurar é a das pessoas, "em cada concelho, em cada freguesia".
"Esta é uma questão que não deve ser dirigida apenas em relação ao PSD", atira.
Sobre a nomeação para o líder da Associação Nacional de Municípios, remete a decisão para os autarcas eleitos este domingo, ainda que adiante que haverá uma "análise interna", existindo condições para uma "consensualização".