De Alcains a um jardim em Lisboa. A fabulosa vida do "Tó Ramalho": 90 anos do general Eanes
A TSF falou com Isabel Tavares, autora da biografia "O Último General", sobre "o verdadeiro Presidente dos afetos"
Corpo do artigo
O "Tó Ramalho" era um miúdo porreiríssimo, garantiam os amigos de juventude. De tal maneira que até lhe dedicaram uns versos: “Não vai ao cinema, nos cafés nunca entrou e, no amor, penso eu que ele nunca namorou. Só gosta de ser ciclista, pois quer ser ás do pedal. E então é vê-lo nas ruas e às vezes no hospital.”
Quase 70 anos depois, já é certo que nunca chegou a ser ciclista, mas foi um ás da democracia. Encheu ruas, passou por Goa onde terá deixado amores. Casou tarde, mas foi para a vida. No hospital, havia de conhecer com quem mudou o rumo do país. Com o embalo, pedalou para a Presidência.
António Ramalho Eanes nasceu a 25 de janeiro de 1935, em Alcains. Os 90 anos do primeiro Presidente eleito em democracia é a desculpa para desfolharmos "O Último General", uma biografia do ex-chefe de Estado.
Em entrevista à TSF, a autora Isabel Tavares considera Ramalho Eanes “o verdadeiro Presidente dos afetos”. Austero, mas justo e corajoso. Como aquela vez que imitou um papagaio para não deixar uma criança ser enxovalhada. “Estórias que mostram bem o caráter” de um Presidente altruísta, que teve de esperar pela reforma para regressar a uma paixão de juventude: a botânica. Pelo meio, foi soldado, político, Presidente e muitas outras coisas, mas "sempre com muita pedalada".