De onde vêm os novos secretários de Estado? Metade passou por governos Sócrates
Há dez caras novas, cinco reconduções e ainda oito secretários de Estado que deixam o Governo. Cerimónia de posse tem lugar esta quarta-feira.
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Depois da posse dos novos ministros, a remodelação governamental proposta pelo primeiro-ministro, António Costa, fica concluída com a posse dos novos secretários de Estado. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já deu o aval aos dez novos rostos do Governo e a posse está marcada para esta quarta-feira, às 11h00, no Palácio de Belém.
João Galamba (Energia): foi um dos primeiros nomes apontados para integrar o lote de secretários de Estado que entram após a remodelação governamental anunciada por António Costa. Substitui Jorge Seguro Sanches na pasta da Energia - uma das mais polémicas dos últimos tempos -, mas, agora, no ministério do Ambiente e da Transição Energética, liderado por João Pedro Matos Fernandes.
Antigo porta-voz do PS e atual vice-presidente do grupo parlamentar socialista, foi um dos nomes próximos de José Sócrates no momento em que o antigo primeiro-ministro foi secretário-geral do Partido Socialista. É economista de profissão e integra o grupo de deputados do PS na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.
Francisco Ventura Ramos (Adjunto e da Saúde): antigo administrador do IPO, regressa ao Governo como secretário de Estado Adjunto e da Saúde, em substituição de Fernanda Araújo. Passou pelos governos de António Guterres e José Sócrates, sempre na pasta da Saúde.
É licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, diplomado em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública e passou pelo cargo de presidente do Conselho Diretivo do Grupo Hospitalar dos IPO. Foi responsável por diversos estudos económicos de medicamentos para várias companhias farmacêuticas, mas também por estudos económicos e de organização de unidades privadas de prestação de cuidados de saúde.
Raquel Bessa de Melo (Saúde): pneumologista e especialista em Saúde Pública, substitui Rosa Matos Zorrinho. Foi diretora do Programa para a Área da Tuberculose e Assistente Graduada de Pneumologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.
Ocupava os lugares de professora na Faculdade de Medicina e no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
Ana Isabel Pinto (Defesa): foi o nome escolhido por António Costa para substituir o socialista Marcos Perestrello, que regressa ao parlamento como deputado. Doutorada em Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa, é especialista em Política Externa e de Segurança da União Europeia e em geopolítica do Médio Oriente.
Tendo desempenhado funções de consultora de investigação para a Organização das Nações Unidas e de assessora para as relações internacionais do ministro da Defesa Nuno Severiano Teixeira - no primeiro Governo liderado por José Sócrates -, Ana Isabel Pinto regressa à Defesa num momento em que a pasta está envolta em polémica com o caso do furto aos Paióis de Tancos.
Luís Goes Pinheiro (Modernização Administrativa): substituindo Graça Fonseca, que foi nomeada para o cargo de ministra da Cultura, Luis Goes Pinheiro é o novo secretário de Estado da Modernização Administrativa, ficando sob alçada de Maria Manuel Leitão Marques no ministério da Presidência e da Modernização Administrativa.
Licenciado em Direito, tem uma pós-graduação em Direito Penal Económico e Europeu pela Universidade de Coimbra e exerceu, até agora, as funções de secretário-geral adjunto na Administração Interna, sendo responsável pela gestão do processo eleitoral. Segundo o Governo, Luis Goes Pinheiro acompanhou o "desenvolvimento e implementação" do 'Programa Simplex' durante os governos de José Sócrates.
João Correia Neves (Economia): chega à secretaria de Estado da Economia no momento da saída de Manuel Caldeira Cabral e da chegada de Pedro Siza Vieira, que acumula a pasta da Economia com a de ministro-Adjunto. Terá uma secretaria de Estado alargada, tendo em conta que, quer Paulo Ferreira (Comércio) quer Teresa Lehmann (Indústria), deixam os respetivos cargos.
Foi chefe de Gabinete de Manuel Pinho, enquanto o ex-ministro de Sócrates era o titular da pasta da Economia e Inovação. Passou pela direção-geral da Empresa do Ministério da Economia. Era, até agora, administrador dos Laboratórios BIAL.
João Torres (Defesa do Consumidor): é mais um nome do "aparelho socialista" a chegar ao Governo. Antigo líder da Juventude socialista e atual vice-presidente do grupo parlamentar do PS, João Torres tem um mestrado em Engenharia Civil.
Na Assembleia da República, fez parte das comissões parlamentares de áreas como Ambiente, Ordenamento do Território, Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto. É um, dos deputados do PS destacados para a Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas.
João Paulo Catarino (Valorização do Interior): era o coordenador da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, responsável por definir uma estratégia nacional para o desenvolvimento do interior e a coesão territorial. Já foi presidente da autarquia de Proença-a-Nova.
Licenciado em Engenharia Agronómica e com bacharel em Engenharia de Produção Florestal, João Paulo Catarino foi Adjunto do secretário de Estado do Desenvolvimento Rural das Florestas, durante o primeiro Governo presidido por José Sócrates.
Ângela Ferreira (Cultura): era, até agora, a chefe de gabinete da nova ministra da Cultura, Graça Fonseca, e substitui Miguel Honrado na secretaria de Estado do ministério que foi liderado por Luís Filipe Castro Mendes.
Licenciada em Arquitetura de Gestão Urbanística pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa e com pós-graduação em Direito das Autarquias Locais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Ângela Ferreira passou pela Câmara Municipal de Lisboa, onde trabalhou na área da informação urbana e Planeamento municipal. Foi ainda diretora do Departamento de Projetos Estruturantes da Direção Municipal de Urbanismo.
João Sobrinho Teixeira (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior): - doutorado em Engenharia Química pela Universidade do Porto, foi presidente do Instituto Politécnico de Bragança e, entre 2008 e 2013, assumiu, também, as funções de presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.
Antes de chegar ao ministério liderado por Manuel Heitor, onde substitui Maria Fernanda Rollo, passou pelo Conselho de Administração da Associação das Universidades de Língua Portuguesa).