Defesa e política fiscal marcaram o debate onde Rui Rocha colou o Livre ao BE e ao PCP, enquanto Rui Tavares ligou as propostas da IL a Elon Musk e à motosserra de Milei
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O debate na CNN Portugal até arrancou com um tom de consenso entre a IL e o Livre sobre a necessidade de investir na Defesa e na crítica ao “eleitoralismo” dos anúncios feitos pelo governo sobre as linhas de apoio à empresa, mas, assim que veio à discussão a proposta liberal para reduzir o IRC e os gastos do Estado, Rui Tavares passou ao ataque.
“Vamos dizer que o plano do departamento Elon Musk da IL tem um sucesso até maior do que o de Elon Musk. Qual é que é o problema de um português que foi resolvido com alguma destas coisas? Eu só ouço a Iniciativa Liberal falar de impostos e descer impostos, mas não há um buraco na rua que tenha sido tapado, não há uma carreira de autocarro a mais, nem o problema da calvície, que era um que me interessava, mas aparentemente não é resolvido”, ironizou o dirigente do Livre.
Na resposta, Rui Rocha colou o Livre ao Bloco de Esquerda e ao PCP sublinhando que “o Livre votou 95% das propostas feitas pelo PCP e 99% das propostas do Bloco de Esquerda”.
“O Livre embora se apresente como moderado, está a algures entre a foice e o martelo”, atirou o líder liberal que ouviu Rui Tavares responder: “pelo menos não estamos do lado da motosserra”, numa referência ao Presidente argentino, Javier Milei.
No debate, ambos consideraram "eleitoralista" as medidas anunciadas por Luís Montenegro depois do último Conselho de Ministros.
Rui Rocha compreende a necessidade de tranquilizar as empresas, mas não encontra substância nestas medidas. “Eu percebo a necessidade de sossegar os nossos setores económicos, mas parece-me que é mais um anúncio, já agora também com sentido eleitoralista do que medidas concretas que sejam direcionadas especificamente para a situação que vivemos”, comentou Rui Rocha.
Já Rui Tavares considerou que “Luís Montenegro tem muito jeito para a propaganda, aliás, talvez devesse abrir uma consultoria, porque é, de facto, uma área na qual ele tem não só experiência, como pelos vistos resultados”.
“Este programa basicamente foi uma operação de propaganda. Aliás, o próprio Ministro das Finanças vem a dizer agora que não há dinheiro novo neste programa, é tudo linhas que já existiam com outra etiqueta”, rematou.
Neste debate, Rui Tavares clarificou que o Livre não defende a saída de Portugal da NATO, mas sim a criação de uma Comunidade Europeia de Defesa.
Ainda sobre a política de Defesa, o líder da Iniciativa Liberal considerou que pode significa uma oportunidade, rejeitando um cenário de cortes. Rui Tavares voltou a alertar para a necessidade de um Orçamento retificativo e lembrou que o Estado, as autarquias e as famílias precisam de planos de prevenção para situações de emergência. "O país não está para aventuras," avisou ainda.