No programa da TSF Política Pura, o comunista António Filipe e o centrista Nuno Melo acusaram o Governo de ter tomado uma decisão de forma "inopinada" e "sem ouvir ninguém".
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O PCP critica a forma como o Governo decidiu transferir para o Porto a sede do Infarmed. No programa Política Pura, o deputado comunista António Filipe considera que o Governo agiu de "forma inopinada" deixando todos "perplexos" e disse esperar que os direitos laborais dos trabalhadores sejam respeitados.
"Se fosse para se criar uma entidade de novo, faria todo o sentido que ficasse noutra região do país. O erro foi anunciar, de forma inopinada, que o Infarmed, com quase 400 trabalhadores, vai passar para o Porto. Isso criou uma preocupação relativamente às pessoas que têm a sua vida realizada em Lisboa".
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António Filipe tem ainda duvidas que esta mudança seja legal, contra a vontade dos trabalhadores.
"Eu duvido que face à lei laboral que pudesse haver uma decisão unilateral do empregador. Creio que do ponto de vista legal seria duvidoso e creio que é inaceitável, mesmo que se encontrasse algum subterfúgio legal que permitisse fazer uma coisa dessas. O Governo terá de encontrar uma solução que salvaguarde o direito dos trabalhadores".
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Nuno Melo também critica a forma como o Governo conduziu o processo. O eurodeputado até gostava de ver a cidade acolher o Infarmed, mas considera que o Governo não teve sentido de Estado ao não tratou de acautelar a vida dos trabalhadores do Infarmed.
"O que não me passava pela cabeça é que um Governo pudesse ter imposto a contragosto e com desconhecimento de quem trabalha no Infarmed a solução. No Infarmed trabalham centenas de pessoas, têm residências, famílias, têm filhos nas escolas. Se o Governo não acautelou tudo antecipadamente o que é que pretende? Que as pessoas abandonem as famílias e tirem os filhos da escola? Eu quero que o Infarmed venha para o Porto, mas com respeito pelas pessoas".
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