PSD e CDS preferem não analisar agora "a responsabilidade de cada um", sublinhando que a meta de 3% de défice é "exigente mas possível".
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PS, BE e PCP acusam o anterior governo de mais uma "artimanha" orçamental, consideram que será "muito difícil" cumprir a meta, e que um eventual fracasso será da "exclusiva responsabilidade" do executivo PSD/CDS.
João Paulo Correia, deputado do PS, diz que afinal em vez de uma saída "limpa" do programa de ajustamento, houve "uma saída muito intoxicada".
O PS diz que fará tudo para que em dezembro "não diminua a receita, nem aumente a despesa", mas enjeita, desde já, qualquer responsabilidade do atual governo, pela execução orçamental dos primeiros onze meses do ano.
Por parte da esquerda parlamentar, Mariana Mortágua, do BE, considera que afinal a "fortaleza" que PSD e CDS prometeram deixar, afinal é um "castelo de cartas que ao menor sopro pode cair". A deputada bloquista acusa estes dois partidos de "desejarem que o castelo caia para poderem dizer que a responsabilidade é do novo governo".
João Oliveira, líder parlamentar do PCP, diz que esta é mais uma "artimanha" do anterior executivo que "nem cumpriu as metas", nem resolveu os problemas sociais. O deputado comunista sublinha que "mais importante" do que a discussão sobre as metas do défice, é a "resposta que é preciso dar aos problemas dos portugueses".
Do lado dos partidos que apoiaram o anterior executivo, Duarte Pacheco, no Fórum da TSF, afirmou que "a meta do défice é alcançada mantendo o rigor na gestão até ao final do ano. E a deputada Cecília Meireles do CDS admite que a meta "é exigente, mas é possível", se não for autorizado "todo o tipo de despesas". A deputada centrista remete o apuramento de responsabilidades para um momento posterior.
O relatório da execução orçamental da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) calcula que o anterior governo gastou cerca de 30% da almofada financeira só em novembro, deixando a meta do défice em risco.