Défice: Costa agradece aos portugueses "grande compreensão" pelo esforço feito
O primeiro-ministro lembra, ainda assim, que o esforço ainda não acabou e que é preciso reduzir o nível da divida.
Corpo do artigo
O primeiro-ministro, António Costa, agradeceu esta sexta-feira aos portugueses a "grande compreensão" pelo esforço feito pelo país para atingir, em 2016, "o melhor défice" da vida democrática de Portugal, que também demonstra como os "preconceitos" não se ajustam à realidade.
Em Roma, onde participa no sábado nas comemorações dos 60 anos dos Tratados fundadores da União Europeia, António Costa salientou "o facto de o Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje ter confirmado que Portugal teve em 2016 o melhor défice da nossa vida democrática e a demonstração de que havia uma alternativa de política que produz melhores resultados".
"Quero nesta ocasião felicitar particularmente o ministro das Finanças, agradecer a todos os meus colegas de Governo o grande esforço que fizeram e agradecer, sobretudo, aos portugueses a grande compreensão que têm tido pelo esforço que temos feito para poder corrigir a nossa trajetória de finanças públicas e a compreensão que têm manifestado por não termos conseguido ir tão rápido quanto todos desejávamos para melhorar a qualidade dos nossos serviços públicos", disse.
Ainda à luz das polémicas declarações do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, sobre os países do sul da Europa, António Costa comentou que o valor do défice de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) hoje confirmado pelo INE "demonstra seguramente que os preconceitos, como habitualmente, têm pouca adesão à realidade".
António Costa advertiu, todavia, que "este é um esforço que não acabou", sobretudo devido ao elevado nível de dívida, e apontou que "este esforço de consolidação tem de ser um esforço duradouro e sustentável, que permita continuar a recuperação de rendimentos, a melhorar o investimento na qualidade dos serviços públicos, em particular na área da educação, na área da saúde, na área da segurança".
"É esse o esforço que vamos continuar e, este resultado alcançado em 2016, dá-nos a todos mais confiança de que é possível prosseguir a trajetória este ano, em 2017, e nos próximos anos, permitindo a Portugal de uma vez por todas virar a página deste ciclo de austeridade, mas também deste ciclo de incerteza sobre as suas finanças públicas", declarou.
Para o chefe de Governo, este é, no entanto, "um esforço compensador" e "este resultado demonstra bem que foi possível combinar rigor orçamental com a criação de mais de 118 mil postos de trabalho, aumentando os rendimentos das famílias e criando melhores condições para o investimento por parte das empresas".