Deixa "ainda mais dúvidas". Pedro Nuno acusa Montenegro de tentar "comissão privada de inquérito" na comunicação social
O líder dos socialistas levanta várias "dúvidas": refere que falta saber quem são, afinal, os restantes clientes da Spinumviva e quais os serviços prestados
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A dois meses das eleições antecipadas, a troca de palavras entre os candidatos às legislativas adensa-se: Pedro Nuno Santos considera que os documentos revelados pelo Observador sobre a Spinumviva, que alegadamente provam a prestação de serviços da empresa, deixam "mais dúvidas do que esclarecimentos" e acusa o primeiro-ministro em gestão de ter tentado uma "comissão privada de inquérito".
"Achar que essa notícia encerra um tema é não ter percebido mesmo nada do que aconteceu. Teríamos esta situação caricata, que era os inquiridos escolherem a quem dão os documentos, que documentos dão, em que timing e de que forma. Era uma espécie de comissão privada de inquérito que não é feita com o PS. Neste caso, é feita com um órgão de comunicação social", atirou o secretário-geral do PS, em declarações aos jornalistas, a partir da sede do partido, no Largo do Rato.
Mas Pedro Nuno Santos, que diz ter lido a notícia, defende que "ficam mais dúvidas do que esclarecimentos": desde logo, quem são os restantes clientes da empresa do chefe do Governo em gestão e quais os serviços prestados. Certo é que os vários ministros que compõem o atual Executivo partilharam a notícia do Observador, alegando que não ficam quaisquer dúvidas. Mas o líder do PS deixa uma sugestão.
"Muito importante era que os ainda membros deste Governo - presidente da Assembleia da República incluído - se sintonizassem com os portugueses e levassem a sério aquilo que os portugueses das mais diversas formas vão dizendo sobre as dúvidas que têm sobre os casos que envolvem o primeiro-ministro", recomenda.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, até gracejou que, afinal, nem eram precisos 15 dias de comissão de inquérito, como pedia o Governo durante o debate e votação da moção de censura no Parlamento.
"Uma declaração, aliás, patética", refere Pedro Nuno Santos, para quem não há margem para dúvidas.
"Mais cambalhotas que os ainda ministros deste Governo possam dar, é evidente para toda a gente que pelo menos o Partido Socialista não desejava estas eleições", sublinha.
O secretário-geral do PS garante ainda que tudo fará para esclarecer os eleitores, numa altura em que existe uma grande percentagem de indecisos.