Bagão Félix disse, no espaço de comentário da TSF "A Opinião", que a demissão da ministra da Administração Interna, apresentada esta quarta-feira, "era inevitável".
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"Além de inevitável, passou a ser lastimável o modo como se concretizou", afirmou Bagão Félix sobre a demissão de Constança Urbano de Sousa. "Depois de vários cartões amarelos, ontem o presidente da república mostrou um cartão vermelho. Não é o melhor modo de sair", disse o comentador.
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Bagão Félix defendeu que Constança Urbano de Sousa sempre lhe pareceu "uma pessoa fora do enquadramento que se exigiria àquela função". No entanto, realça que a demissão da ministra "é apenas um ponto num contexto mais vasto que tem de ser encarado".
Bagão Félix considera que António Costa tem tido uma atuação "bastante imprudente e pouco adequada a este momento doloroso da nação". "A política não pode ser apenas palavras de circunstância", defendeu, "a nação é, em primeiro lugar, as pessoas e a nossa terra".
O comentador criticou o Orçamento do Estado para 2018, apresentado na última semana, por descurar "as florestas, a prevenção de incêndios, e a Proteção Civil". "Parece que nada se passou", criticou Bagão Félix.
"A política não se interessa pelo setor primário da economia: as florestas, a agricultura,...", referiu o comentador, "a evolução das florestas está sujeita a uma brutal cultura da indiferença e da insensibilidade - e até a um certo egoísmo geracional".
"Se isto fosse considerado no PIB, os políticos seriam muito mais escrutinados e estariam muito mais atentos ao setor primário e ao interior do país", defendeu Bagão Félix. "Não é só aqui, é geral. Na Europa é absolutamente obsessivo e pateta: tudo gira à volta do PIB. Então e as pessoas? E os nossos recursos naturais?", questionou.
"Acho inacreditável que os governantes venham dizer que é preciso que as populações tenham uma população mais ativa ou que sejam mais resilientes e outros disparates destes. É de quem está num gabinete e acha que o país está dentro do gabinete", rematou Bagão Félix.