A eurodeputada Ana Gomes recorda que tem de haver uma gestão de tempo nos grupos e afirma que Assis, apesar de ser coordenador, tem de pedir para falar.
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Ana Gomes acredita que é preciso perceber se o eurodeputado Francisco Assis fez um pedido para intervir num debate sobre a Venezuela, o que levou à demissão do cargo Coordenador dos Socialistas & Democratas no EUROLAT.
"A questão que importa apurar é se, de facto, o deputado Francisco Assis pediu para falar ou não", esclareceu a eurodeputada, em declarações à TSF, frisando que pediu para falar e que, por isso, teve o tempo que o grupo lhe deu, mais precisamente um minuto, como explicou no Twitter.
Assis não foi impedido falar por @psocialista ou @theProgressives. Questão é se pediu p/ falar- pedindo, obviamente devia ter falado no tempo alocado a Grupo. Eu pedi e foi-me dado 1 min. Se não, poderia ainda ter usado o "catch the eye" p/falar https://t.co/s2XzzM352D
- Ana Gomes, MEP (@AnaGomesMEP) March 13, 2019
Questionada sobre se é normal ficarem pessoas por falar neste tipo de grupo, Ana Gomes não hesitou: "Muitas vezes, todos os dias." A eurodeputada recorda que "o grupo normalmente tem oito minutos e se calhar tem 12 ou 15 pedidos para falar", o que leva a que tenham de "administrar".
"É normal que deem [tempo] aqueles que mais intervêm nos assuntos. É preciso que o coordenador peça", reiterou.
O eurodeputado Francisco Assis demitiu-se do cargo de coordenador que tinha na Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americano (EuroLat) por ter sido "impedido de participar", num debate de urgência no Parlamento Europeu sobre a Venezuela, considerando, por isso, que a sua "dignidade parlamentar e pessoal" foi posta em causa.
Na carta de demissão do eurodeputado,
à qual o Observador teve acesso
, Francisco Assis explica que não tem explicação para o que aconteceu. "Eu era, até agora, o coordenador para o EuroLat dos socialistas. A verdade é que não me permitiram falar no debate sobre a Venezuela. Foi a primeira vez que isto aconteceu, falei em todos os debates", referiu.
Questionado sobre se responsabilizava a eurodeputada Maria João Rodrigues, que coordena os tempos de trabalho dos eurodeputados socialistas, Francisco Assis escusa-se a entrar em grandes detalhes: "A responsabilidade direta é do grupo a que eu pertenço."