Social-democrata Matos Correia acredita que há razões para além das evocadas pelo governo para a demissão de António Paixão.
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José Matos Correia, coordenador do Conselho Estratégico do PSD para a Administração Interna, crê que a demissão do quarto comandante operacional nacional em 16 meses "só demonstra a ligeireza e incapacidade com que o governo tem vindo a gerir um dossier tão sensível como este".
O social-democrata ressalva, em declarações à TSF, que o partido tem vindo a chamar a atenção para algumas circunstâncias, "quer a propósito de questões como a aquisição de meios aéreos, como a questão a da diretiva nacional de combate aos fogos e agora este infeliz acontecimento que deixa a ANPC sem um comandante - e com a necessidade de nomear uma pessoa que já foi escolhida - quando nos aproximamos cada vez mais do período crítico dos fogos e quando tudo devia ser tranquilidade e estar devidamente organizado e a funcionar".
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O PSD vai entregar, esta segunda-feira, um requerimento para que António Paixão seja ouvido com caráter de urgência no Parlamento para se perceber "exatamente as razões pelas quais se afastou de quando estava em funções há cinco meses".
Apesar de o governo evocar razões pessoais para a saída do comandante, Matos Correia não acredita que se trate apenas disso.
"Não quero tirar conclusões antecipadas, o coronel terá oportunidade no Parlamento de dizer de viva voz aquilo que o levou a tomar uma decisão destas, mas é natural que as razões sejam um pouco mais fundas do que essas", revela.
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Em relação ao novo comandante, Matos Correia assume que não conhece Duarte Costa. "Não conheço o senhor coronel, será um oficial distinto no exército, julgo que não tem nenhuma experiência nesta área mas confirmaremos isso", realça.
Porém, o que preocupa o social-democrata é saber "se conseguirá ficar muito tempo em funções", por não ter sido isso que "aconteceu com os seus antecessores". "Seria desejável que alguém que tem uma função desta natureza estivesse há muito tempo no lugar, com tudo sob o seu controlo e em condições para ter a estrutura da ANPC a funcionar para responder a eventuais problemas na questão dos fogos", conclui.
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