Passou-se um mês desde que Rui Rio foi visto pela última vez. Um mês onde muito aconteceu, mas no qual Rui Rio se manteve ausente. Agora, o líder do PSD está de volta debaixo de críticas.
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Um mês após a última iniciativa da agenda política, líder do PSD quebra esta sexta-feira o longo silêncio, ao longo do qual pareceu imune à gestão governativa de António Costa e a vários golpes no partido: o desafio à liderança de Pedro Duarte, a saída do PSD por Pedro Santana Lopes, e as inúmeras críticas de vozes como Carlos Carreiras, que chegou a perguntar, em entrevista ao jornal I, "onde pára o líder do partido".
31 dias depois, Rui Rio volta à cena pública e escolhe, como palco, a terra queimada da serra de Monchique. Depois de um silêncio considerado ensurdecedor pelos militantes mais críticos, Rio regressa para ver o que foi poupado pelas chamas no Algarve e para dar o pontapé de saída para o ano que lhe resta até às legislativas de 2019. Para trás, fica o vazio, nota a deputada e antiga ministra, Paula Teixeira da Cruz.
"Lamento profundamente o desaparecimento do líder do PSD do debate político durante tanto tempo, sobretudo quando há vários episódios protagonizados pelo governo, manifestamente condenáveis e outros dignos de averiguação", sublinha a social-democrata, que considera "falta de ética a utilização de um transporte público para um fim exclusivamente partidário".
Do comboio fretado pelo PS para a festa de rentrée do partido, à gestão dos fogos pelo governo, passando pela falta de papel e tinteiros nas impressoras dos tribunais, a deputada lamenta também o tanto que tem ficado por dizer pela direção do PSD.
"O tempo perdido, é perdido. O tempo é algo que não se recupera nunca", assevera, salientando que já não é possível recuperar o que o PSD não fez até agora como maior partido da oposição. Ainda assim, deseja que "para bem do PSD", "haja uma reentrada forte, a apontar as principais críticas ao governo e o estado a que chegaram os serviços públicos do país".
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É já este sábado, numa partida de futebol, na nova versão da Festa do Pontal, que o PSD volta a jogo. Um encontro para o qual Rui Rio fez questão de fazer convites por telefone para mostrar que tem equipa e que, até ao apito final, é possível mudar o resultado. Além da direção do partido, dos elementos do Conselho Estratégico Nacional e dos presidentes das principais distritais sociais-democratas (Lisboa, Porto, Aveiro, Viseu e Algarve já confirmaram presença), o eurodeputado Paulo Rangel, vai participar no convívio, mas não no jogo de futebol, em Fonte Filipe, Loulé. Também o comissário Carlos Moedas e o antigo ministro Miguel Poiares Maduro vão à festa no Algarve e confessaram à TSF que vão levar equipamento para jogar.
Sobre as críticas de vários correligionários do partido ao silêncio do líder, Poiares Maduro desvaloriza. "Divergências quanto à estratégia são naturais num partido com diferentes pontos de vista, mas acho que no fundamental nós estamos de acordo, que é a forma como, infelizmente, o país está a desperdiçar uma oportunidade e a importância de ter um projeto reformador e transformador para o país".
Usando a analogia para os jogos de futebol, dentro das quatro linhas, Poiares Maduro vaticina bons resultados ao partido no combate político. "Conhecendo o PSD, nem sempre estamos de acordo quanto à tática, mas estamos todos de acordo quanto ao resultado final, que é a vitória", garante.
Resta esperar. Afinal, bem diferente de um jogo de futebol que dura 90 minutos regulamentares, o tempo político que Rui Rio tem para mostrar a força da oposição ainda dura 12 meses.
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