Depois de Regina Mateus, há mais mulheres perto de serem promovidas nas Forças Armadas
Presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas revela que as primeiras mulheres que entraram nas Forças Armadas, em 1992, estão perto de alcançar a promoção ao completarem 30 anos de serviço.
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Fez-se história, esta sexta-feira, nas Forças Armadas portuguesas, com a nomeação da primeira mulher Brigadeiro-General.
Regina Mateus é a primeira a ocupar o cargo e, ouvido pela TSF, o presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) elogia as competências daquela que é também a diretora do Hospital das Forças Armadas.
"É uma oficial da Força Aérea, médica, que fez praticamente toda a carreira em termos operacionais. É uma cirurgiã extremamente bem conceituada, nacional e internacionalmente, e é efetivamente muito conhecida pela sua atuação em teatros de operações extremamente complicados. É, em termos técnicos, uma médica de exceção perfeitamente conhecida. Entretanto, tem a felicidade - e congratulamo-nos muito com isso - de ser a primeira mulher nas Forças Armadas portugueses que ascende a um posto de Oficial General", explicou António Mota, traçando o perfil da recém-promovida.
Aquando do anúncio da promoção de Regina Mateus, o ministro da Defesa João Gomes Cravinho, considerava que este era um "telhado de vidro" que se quebrava. António Mota acrescenta mesmo que não devem faltar muitos anos até que outras mulheres ocupem cargos idênticos.
"Temos camaradas quer na Marinha, quer no Exército, quer na Força Aérea - recordo uma que é muito conhecida, a assessora do Sr. Presidente da República, a Coronel Piloto Dina Azevedo, por exemplo, que em condições normais, dentro de dois a três anos, será naturalmente General. Tal como ela, ascenderão ao posto de General, naturalmente, camaradas que temos e que são já Coronéis no Exército e também Capitães de Mar e Guerra na Marinha. É absolutamente normal, não há qualquer diferenciação. Elas entraram para as Forças Armadas - e muito bem - por volta de 1992 e portanto, neste momento, estão com perto de 30 anos de serviço, [a sua promoção] é absolutamente normal", explica.
Para já, Regina Mateus é pioneira. Já participou em várias missões da Aliança Atlântica em Portugal, Grécia, Turquia e Espanha.