Audição foi aprovada por unanimidade. Presidente da Comissão de Defesa já contactou o gabinete do ministro para que audição seja esta semana. Esquerda admite "gravidade" da situação em Tancos.
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Os deputados da Comissão Parlamentar de Defesa aprovaram hoje, por unanimidade, os requerimentos de PSD e CDS-PP para a audição do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, sobre o roubo de material de guerra nos Paióis Nacionais de Tancos.
Segundo disse - depois de ouvir todas as bancadas - Marco António Costa, o presidente da comissão,"todos os grupos parlamentares consideram importante que as audições se processem esta semana e o mais rapidamente possível".
No requerimento em que pedia a audição do ministro da Defesa Nacional, o CDS-PP pedia ainda a audição do Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, que, à semelhança da audição de Azeredo Lopes, também foi aprovada por unanimidade.
De acordo com o presidente da Comissão Parlamentar de Defesa, os deputados "devem ouvir em primeira mão o Chefe de Estado-Maior do Exército e consequentemente o ministro da Defesa Nacional".
"Já tomei a iniciativa de contactar o gabinete do senhor ministro, ainda não tivemos uma resposta conclusiva, e, portanto, voltaremos a insistir", acrescentou Marco António Costa, que admitiu, no entanto, que a audição do CEME possa decorrer esta quarta-feira à tarde, ficando a audição de Azeredo Lopes agendada para o dia seguinte.
Segundo os deputados, a audição do ministro da Defesa deve decorrer à porta aberta até sinal em contrário por parte
PSD e CDS-PP criticam silêncio do Governo
Depois de aprovadas as audições, Marco António Costa, presidente da Comissão de Defesa, lamentou que, até agora, o ministério não tenha enviado qualquer informação aos deputados da comissão.
"Toda a informação que tem chegado ao parlamento decorre, única e exclusivamente, de informação divulgada pela comunicação social, o que a mim me parece um pouco bizarro", disse o social-democrata.
Uma preocupação manifestada também pelo CDS-PP, com João Rebelo, deputado centrista, a afirmar que o ministro terá mesmo de dar explicações à comissão ainda esta semana.
"Gostaríamos de ter a informação total e de forma transparente, sem mecanismos para evitar que essa informação chegue. Portanto, gostaríamos que o senhor ministro se deslocasse aqui o mais rapidamente possível" sublinhou o deputado.
Antes, durante a reunião, Bruno Vitorino, deputado do PSD, defendeu que "as dúvidas a cada dia que passam são maiores e os esclarecimentos são nenhuns", considerando que Azeredo Lopes "devia de imediato ter-se disponibilizado para prestar esclarecimentos à Assembleia da República".
Esquerda aprova requerimentos e admite "gravidade" da situação em Tancos
Durante a reunião, os deputados de PS, PCP e BE não se opuseram aos pedidos de PSD e CDS-PP, alinhando, até, com os partidos mais à direita na ideia de que as audições devem acontecer o mais rapidamente possível.
"Consideramos que é uma situação de enorme gravidade", disse o deputado socialista José Miguel Medeiros, defendendo que antes de Azeredo Lopes os deputados devem ouvir o Chefe de Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte: "O sentinela deve ser ouvido primeiro do que o tipo que está a dar as instruções", esclareceu.
Pelo BE, João Vasconcelos considerou que o roubo de material de guerra configura uma "situação gravíssima" e que, por isso, "é preciso apurar todas as responsabilidades, até às ultimas consequências e doa a quem doer".
Quanto ao PCP, pela voz de António Filipe, insistiu que o caso é "extremamente preocupante, muito grave e um sinal da degradação que as forças armadas têm sofrido, em termo de investimento e equipamentos".
"A urgência é toda, mas o ministro deve ter condições de vir aqui com informação útil. Virmos dizer que estamos todos preocupados e não ter informação útil não serve de nada", disse, no entanto, o deputado.
Notícia atualizada às 17h40