Despedidas, saudações e os "três grandes" partidos. "Velho" Parlamento entra na reta final
A previsível última reunião da comissão permanente serviu para preparar o Conselho Europeu da próxima semana.
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Foi uma sessão de despedidas, saudações e metáforas futebolísticas. Na Assembleia da República, a comissão permanente teve esta quarta-feira a última reunião, tendo em conta que o novo Parlamento deve tomar posse entre o final de março e o início de abril.
O Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, foi o primeiro a felicitar todos os deputados eleitos, “sem exceção”, numa altura em que ainda não foi reeleito deputado. Santos Silva tem o lugar em risco, é o cabeça de lista do PS pelo círculo fora da Europa, onde os socialistas podem não eleger.
“Em relação àqueles que cessam funções com esta legislatura, agradecer a todos a dedicação, empenhamento, competência e entusiasmo com que participaram na nossa vida democrática como representantes eleitos do povo português”, afirmou.
A previsível última reunião da comissão permanente serviu para preparar o Conselho Europeu da próxima semana, em Bruxelas, e contou com o secretário de Estado Tiago Antunes ao invés do primeiro-ministro António Costa, que costuma representar o Governo nestas sessões.
Também o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, em tom de despedida, destacou o trabalho parlamentar, onde “prestou contas com muito gosto”.
E o líder Parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, despede-se depois de 15 anos como deputado, que é “um dos valores mais altos numa República”. “Representarmos quem deposita em nós expetativa de melhoria nas suas vidas”, acrescentou.
Deputado europeu? Governo deixa farpa a Cotrim de Figueiredo
Pela Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo deixa o Parlamento português para se candidatar a Bruxelas, em junho, o que levou a uma farpa do secretário de Estado dos Assuntos Europeus pela posição de Portugal sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia.
O liberal notou que “aí já não há lacinhos azuis e amarelos”, uma vez que o Governo português pede que “o alargamento da UE não corresponda a uma redução de fundos” para os restantes países. Na resposta, Tiago Antunes pediu ao deputado que “se prepare melhor sobre temas europeus” se quiser ser eleito para o Parlamento Europeu.
A posição de Portugal, acrescentou o governante, não deixa margem para dúvidas e Cotrim de Figueiredo “mostra desconhecimento sobre o Estado português”: “Tenta apresentar a posição do Governo como contrária ao alargamento, o que é falso”.
Já o Chega, num comentário que fez lembrar a discussão em torno de clubes de futebol, Bruno Nunes fez uso dos recentes resultados eleitorais para mostrar que, a partir de agora, já não há dois grandes, mas três.
“O socialismo acabou neste país. Já não são apenas dois partidos, são três partidos”, atirou.
A conferência de líderes volta a reunir-se depois da publicação dos resultados eleitorais em Diário da República. O novo parlamento deve tomar posse na última semana de março ou na primeira de abril.