A antiga presidente do Brasil considera que uma candidatura e vitória de Lula da Silva será a "expansão da democracia" que o Brasil precisa. Mas ela, se for convidada, recusará um cargo nesse governo.
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"É um encontro do país marcado com a Democracia." A frase de Dilma Rousseff serve para descrever a possibilidade, tida cada vez maior, de Lula da Silva se apresentar como candidato às próximas eleições presidenciais brasileiras, em 2018, e vencer.
Uma sondagem recente dá 38% das intenções de voto ao também antigo presidente brasileiro, com vantagem sobre Marina Silva e Jair Bolsonaro. Mas nem a popularidade de lula, e a proximidade entre ele e Dilma, nem o Brasil, que precisa de "voltar aos trilhos", levarão a antiga líder do governo de volta a um executivo.
"Tou com 70 anos, isso é para gente mais nova que eu".
O "golpe da direita", que culminou com a destituição de Dilma, através do "impeachment", acabou por ocupar boa parte da conferência de imprensa que deu na Fundação José Saramago, em Lisboa. Mas durante bem mais de uma hora, houve tempo para outros temas como essas eleições de 2018 - "Só há um jeito de o Brasil voltar aos trilhos, é através da expansão da Democracia, não do encurtamento da Democracia" -, mas também Portugal, e o atual Governo de esquerda - "Essa solução encontrada aqui em Portugal eu acho que ela é hoje uma referência e um exemplo. Portugal, de uma forma clara mostra um caminho, com uma coligação progressista, ao contrário da onda conservadora no mundo que tem levado ao poder grupos de extrema-direita".
Pelo meio uma garantia, é pela palavra e participação cívica que a antiga presidente do Brasil vai procurar fazer política: "Eu quero muito falar. E acho que vou ter de falar por uns bons 15 anos. Vou tentar ficar com a voz boa para falar mais 15 anos".