A decisão foi tomada numa reunião da Comissão Permanente do PSD e comunicada posteriormente a Paulo Portas, que concordou com a estratégia.
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Passos Coelho decidiu que irá levar a votos já na quinta-feira uma moção de rejeição do programa de governo, segundo o Observador. A estratégia foi delineada numa reunião da Comissão Permanente do PSD, sendo acertada depois com Paulo Portas, que concordou com a decisão.
Na mente do líder social-democrata está a ideia de deixar marcado que a direita considera ilegítima a forma como o PS chegou ao governo.
Esta terça-feira, o Expresso noticiou que Paulo Portas alertou a direita para a necessidade de deixar vincada a ideia de que a coligação não se conforma com o projeto de esquerda. Contudo, esta ideia gerou controvérsia nos dois partidos, com alguns membros a considerarem que apresentar uma moção de rejeição sabendo que ela será rejeitada, só servirá para reforçar a ideia de que a esquerda está unida.
O governo vê nesta moção, um momento para "reafirmar a maioria" parlamentar que existe atualmente, comentou o secretário de estado dos Assuntos Parlamentares.
Pedro Nuno Santos disse não haver razões para que PSD e CDS avancem com a moção de rejeição do programa do governo.
O BE,através do líder parlamentar Pedro Filipe Soares, diz que foi a direita quem foi rejeitada, não reconhecendo a PSD e CDS legitimidade para apresentarem esta rejeição do programa de governo depois de terem sido "chumbados".
Pedro Filipe Soares acrescentou ainda que centrar o debate do programa de governo na moção de rejeição seria fazer o "jogo de direita".
O PS considera que a direita está a assumir uma "atitude negativa e tendencialmente destrutiva" ao apresentar esta moção.
"Vamos ver se quando forem confrontados com políticas que são boas para o país, vão continuar a ter esta atitude negativa", disse a deputada socialista Sónia Fertuzinhos recordando que a moção "será naturalmente chumbada" pela maioria parlamentar de esquerda.
Já a candidata presidencial Maria de Belém Roseira disse ser "legítima" a apresentação da moção, defendendo que se trata apenas de uma iniciativa para "marcar uma posição política" por parte dos dois partidos que agora são minoria no parlamento.
O PCP reagiu através de João Oliveira. O líder parlamentar comunista diz que a apresentação da moção "era relativamente expectável considerando o grau de crispação e conflito" que se tem verificado.
Segundo o deputado comunista, esta moção serve "para marcar uma posição de conflito e confronto" com solução governativa encontrada pela esquerda no parlamento.