Diretores escolares preocupados com redução dos horários para 35 horas semanais
Associações não contestam a redução para 35 horas semanais, mas também avisam que "não é possível fazer com 10 aquilo que exige 12 ou 13".
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Manuel Pereira, presidente da Associação de Dirigentes Escolares, é diretor de um agrupamento em Cinfães. Os funcionários que pertencem aos quadros da autarquia trabalham 35 horas semanais, desde o final do ano passado, por decisão da câmara de Cinfães.
A adaptação a essa nova realidade, contou Manuel Pereira à TSF, não foi fácil e resultou "em prejuízo dos serviços, como é óbvio. Não é possível fazer com 10 aquilo que exige 12 ou 13". O dirigente escolar sublinha que não questiona o direito dos funcionários às 35 horas semanais.
Filinto Lima, da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, também não põe em causa a medida, mas alerta para as dificuldades recorrendo a contas muito simples; "Suponhamos que um agrupamento tem 40 assistentes operacionais. Se cada um perde cinco horas esse agrupamento vai perder 200 horas, isso dá seis ou sete funcionários a menos".
Filinto Lima diz que há casos de escolas que mesmo com horários de 40 horas semanais já estão perto da rutura e pede ao Ministério da Educação que avalie a situação escola a escola porque admite que "algumas poderão não estar ainda em cima do risco", enquanto outras já não terão margem de manobra.
No caso dos professores, a alteração do horário só terá efeitos no próximo ano letivo. Os diretores acreditam que os efeitos serão menores porque estão convencidos que não haverá mudanças na componente letiva.