"Disponível" para eleições na Madeira, PAN alerta para ameaça à "estabilidade do país"
A porta-voz do partido sublinha que, numa região governada sem maioria absoluta, "o voto de uma única deputada pode fazer toda a diferença".
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A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, garante que o PAN está “disponível” para apresentar-se a eleições na Madeira, mas insiste que uma eventual dissolução da Assembleia Regional “em nada contribui para a estabilidade do país”.
Numa região cuja governação não está apoiada numa maioria absoluta, nota Sousa Real, “o voto de uma única deputada pode fazer toda a diferença que o PSD/Madeira viesse a afastar Miguel Albuquerque”, o que pode levar à marcação de eleições pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Este sábado, a porta-voz já tinha defendido uma solução de estabilidade na região e recusou uma "solução a prazo", dizendo que, nessa situação, o partido "seria o primeiro a pôr fim ao acordo" para viabilizar o Governo com PSD e CDS.
"Uma solução de penso rápido não servirá para o PAN", declarou Inês Sousa Real, que falava aos jornalistas à margem da manifestação pelo direito à habitação, em Lisboa.
Miguel Albuquerque demitiu-se na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes. O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial em 24 de janeiro.
Esta segunda-feira, o PSD/Madeira reúne o conselho regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo madeirense, até agora presidido por Miguel Albuquerque, à frente de uma coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que tem garantido maioria absoluta ao Governo na Assembleia Legislativa.