Do "aborrecimento gigantesco" ao anúncio da presença de Von der Leyen e Schmidt. O balanço da primeira semana de campanha
Como a política europeia é "alheia e artificial" para a maioria das pessoas, Pacheco Pereira considera, no programa O Princípio da Incerteza, da TSF e CNN Portugal, que isso pode refletir-se na taxa de abstenção
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No programa O Princípio da Incerteza foi feito um balanço da primeira semana de campanha eleitoral para as europeias. Em declarações no programa da TSF e da CNN Portugal, o social-democrata Pacheco Pereira referiu que a campanha "é de um aborrecimento gigantesco", receando que tal se reflita na falta de mobilização do eleitorado.
O que pode levar o eleitorado às urnas são as questões nacionais, considerou Pacheco Pereira: "A única coisa que pode mobilizar as pessoas a votar não é a política europeia. Se nós tivermos eleições com elevada participação, as pessoas vão votar, porque querem que a AD perca cá em Portugal ou que o PS ganhe. Isso é que vai ser o motivo. Vamos ser realistas, o número de pessoas que vai às urnas tomar decisões sobre uma coisa que, de modo geral, lhes é, em grande parte, alheia e artificial, que é a política europeia, é escasso. Não há fatores de mobilização na política europeia."
No mesmo programa, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, destacou como ponto positivo da primeira semana de campanha o facto de a política europeia ter estado no centro do debate.
Por sua vez, elegeu como ponto negativo o Governo, apesar do aviso da Comissão Nacional de Eleições (CNE), "não se ter coibido" de continuar a usar meios do Estado para fazer publicidade institucional. As "regras são para cumprir", assinalou ainda Alexandra Leitão, salvaguardando que "o Governo pode fazer os seus anúncios e a linha [que separa publicidade institucional e anúncios do Executivo] não é assim tão ténue".
Também o antigo ministro da Administração Interna Miguel Macedo espera que o Governo cumpra as indicações dadas pela CNE.
Destacou igualmente pela positiva a vinda a Portugal de dois dos candidatos à presidência da Comissão Europeia, para apoiar as campanhas da AD e do PS. Primeiro, porque "não é tão habitual" receber "os dois candidatos das duas famílias políticas europeias mais fortes" e, segundo, porque Von der Leyen e Nicolas Schmidt "não vão a todos os países e, portanto, escolheram alguns e escolheram Portugal por alguma razão".
