Ouvido pela TSF, o líder do PSD/Açores afirma que o PSD "nunca existirá para ser muleta do PS". Sobre a polémica do défice da Madeira, diz que Carlos César deixou um "enorme défice" nos Açores.
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O presidente do PSD/Açores defendeu, esta noite, em entrevista à TSF, que o PSD não deverá viabilizar um Governo minoritário do PS, deixando críticas ao líder do Executivo socialista, António Costa, e ao antigo presidente do Governo Regional do Açores, Carlos César.
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"Embora, no passado, o PSD tenha viabilizado, como seu sentido institucional, Governos do PS, viabilizar um governo de António Costa e Carlos César, nunca", disse Duarte Freitas, acrescentando que este é um "PS completamente diferente" dos anteriores.
Ouvido à margem do 37.º Congresso Nacional do PSD, em Lisboa, Duarte Freitas sublinhou que o líder parlamentar e o primeiro-ministro "não são da estirpe de António Guterres", defendendo que são "políticos muito mais frágeis e egoístas, sem qualquer sentido de Estado, têm apenas o sentido de se manterem no poder que usam para interesses pessoais e próximos".
"Não pode o PSD ter o sentido de Estado que teve noutros tempos quando, da parte do PS, não há", adiantou ainda o líder do PSD/Açores, que comentou ainda a troca de argumentos entre Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, e os socialistas, a propósito do défice na Madeira.
No parlamento, António Costa disse que o défice madeirense foi uma "surpresa desagradável", já Carlos César, afirmou que o PSD devia "estar preocupado com único Governo do PSD que resta em Portugal, o da Região Autónoma da Madeira, que tem um défice pelo menos sete vezes superior ao do Governo dos Açores".
Sobre estas considerações de César e Costa, o líder do PSD/Açores adianta: "Não me interessa o défice, interessa-me as pessoas. Podem fazer as discussões dos défices financeiros todos. Nos Açores, Carlos César deixou um enorme défice: a região mais pobre do país, com maior insucesso escolar, com maior dependência das drogas, com maior défice de democracia interna".
"Carlos César é a última pessoa que pode falar sobre qualquer défice", rematou Duarte Freitas, no Congresso do PSD.
Quanto ao Congresso Nacional do PSD, que decorre até domingo, o líder do PSD/Açores - que não manifestou apoio a Rui Rio ou Pedro Santana Lopes durante as eleições internas do PSD - defende que "o que interessa é sentir-se que Rui Rio é o presidente de todos os militantes", esperando que da reunião magna "saia uma mensagem de força e de ambição".
Sobre a saída de Pedro Passos Coelho, diz que "não é fácil o partido virar a página e o novo líder afirmar-se" depois de uma "liderança muito forte e carismática" do agora ex-líder e antigo primeiro-ministro.