"É português e europeísta." Montenegro reitera vontade de ver Costa à frente do Conselho Europeu
O primeiro-ministro considera que, na "função específica de coordenador do Conselho Europeu", António Costa teria "a habilitação para construir as pontes que são necessárias entre os Estados-membros"
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Numa altura em que França ainda não revelou se apoia uma eventual candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, reiterou, esta quarta-feira, a vontade de ver o antigo chefe de Governo à frente do Conselho Europeu e não é só por ser português.
"[Estamos] empenhados, motivados e também otimistas relativamente à possibilidade de o doutor António Costa poder vir a desempenhar nos próximos dois anos e meio a função de Presidente do Conselho. E quero aqui reforçar que este empenho não é apenas por ele ser português, é por ele ser português, é por ele ser um europeísta, é por ele ser portador de valores de respeito pela paz, pela democracia, pela solidariedade política e económica entre os Estados da União Europeia. E na função específica de coordenador do Conselho Europeu ter a habilitação para construir as pontes que são necessárias entre os Estados-membros e até entre algumas sensibilidades político-partidárias diferentes", afirmou Montenegro, em declarações aos jornalistas, à chegada a Paris, onde vai almoçar com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
O jantar informal de segunda-feira foi o início oficial de um debate sobre os cargos de topo da União Europeia (UE) que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia ordinária da próxima semana, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen e o de Roberta Metsola para segundos mandatos na Comissão e no Parlamento, respetivamente, e o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para chefe da diplomacia comunitária.
Este jantar informal dos líderes da UE sobre os cargos de topo no próximo ciclo institucional, entre 2024 e 2029, decorreu uma semana depois das eleições europeias, que deram vitória ao Partido Popular Europeu (PPE), seguido dos Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa.
A fonte europeia adiantou à Lusa que, esta noite, "os três partidos [PPE, S&D e liberais] apresentaram os três primeiros candidatos", incluindo, assim, o nome de António Costa para o Conselho Europeu.
No período de debate, António Costa foi interrogado sobre o atual papel da primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni. Assinalou, então, que, enquanto ambos coincidiram no Conselho Europeu, testemunhou que a líder do executivo italiano "queria sempre fazer parte da maioria".
