Para os bloquistas há vários caminhos para acabar de vez com as rendas pagas ao setor energético. O PS tem dúvidas e lembra que os contratos podem ser renegociados mas têm que ser cumpridos.
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Renegociar pode significar chegar a zero? Para o Bloco de Esquerda sim. Foi pelo menos isso que Jorge Costa defendeu no programa Política Pura a propósito da aparente vontade do Primeiro-ministro em renegociar as rendas que o Estado paga desde 1994 ao setor energético. "Renegociar pode significar chegar ao corte total" defendeu o deputado bloquista acrescentando que o Governo pode escolher um de dois caminhos: "ou a via negocial ou optar por impor uma contribuição ao setor energético que permita anular estas rendas."
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Pedro Silva Pereira tem outro entendimento. Membro do Governo em 2007, ano em que estas rendas foram renegociadas a última vez, o socialista lembra que o que impediu o executivo de José Sócrates nessa altura de acabar com esta fatura é o mesmo que impede agora António Costa. "Se existem contratos, se foram gerados direitos, naturalmente não podemos passar por cima desses direitos", explica Pedro Silva Pereira. O eurodeputado referia-se sobretudo aos acordos de privatização que foram assinados entre o Estado português e os atuais acionistas da EDP e da REN para acrescentar que "não podemos fazer de conta que eles não existem."
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Jorge Costa rebate e lembra que "esse argumento da litigância é recorrente, mas se Espanha conseguiu acabar com estes contratos, porque é que Portugal não consegue?".